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sexta-feira, novembro 10, 2023

Dihelson Mendonça - Biografia


Dihelson José Mendonça Sousa ( Crato - CE, 15 de agosto de 1966 ) é pianista, arranjador, compositor, fotógrafo, cronista e jornalista Brasileiro. Estudou piano clássico com a professora Diana Pierre, na SCAC ( Sociedade de Cultura Artística do Crato ) durante 3 anos, a partir de 1979, quando decidiu tornar-se um músico de Jazz. Tornou-se autodidata. Dihelson Mendonça é um dos grandes nomes da música instrumental Brasileira, com um CD autoral gravado, intitulado “A busca da Perfeição”, patrocinado pelo Banco do Nordeste do Brasil, e durante sua carreira musical, tendo tocado ao lado de grandes nomes da música, tais como: Hermeto Pascoal, Gilson Peranzzetta, Mauro Senise, Arismar do Espírito Santo, Toninho Horta, Vinícius Dorin ( Saxofonista que tocou no grupo do Hermeto Pascoal ), Lia Chaves ( cantora ), Fátima Santos ( cantora ), Cleivan Paiva ( guitarrista ), dentre outros. Durante sua carreira musical, recebeu diversas premiações. 

Biografia

Infância e Educação

Dihelson Mendonça nasceu na cidade de Crato, que era a cidade pólo da região do Cariri cearense, em 15 de agosto de 1966. Seus pais, Damião Pereira de Sousa, e sua mãe, Maria Haydeé Sousa, eram pertencentes à famílias da zona rural da cidade de Farias Brito, e ambas as famílias possuíam parentes que tinham inclinação musical, e tocavam instrumentos de forma amadora, tendo estes, fornecidos os primeiros contatos de Dihelson para com a música e o estudo musical. Seus pais, de origem humilde, após casarem-se, foram residir na sede da cidade de Farias Brito, onde se dedicaram à contabilidade pública, com sua mãe tendo trabalhado por cerca de 30 anos como a contadora da prefeitura da cidade, enquanto seu pai, antes do seu nascimento, tentou a sorte na cidade de São Paulo, porém, retornando à Farias Brito em 1965, onde continuou estudando e exercendo a contabilidade pública e comercial.

Devido à constante escassez de trabalhos, o seu pai Damião Sousa arrastou sua família para diferentes cidades, tendo ido passar o ano de 1974 em Fortaleza, e de 1975 a 1977 em São Paulo. Foi através dessas constantes mudanças de cidade, que Dihelson Mendonça teve contato com diversas culturas na sua infância, e desde cedo, despertou sua afinidade e paixão pela música, escutando assiduamente, os programas das estações de rádio de São Paulo, como a rádio Eldorado  FM, que possuía na época um programa chamado concertos vespertinos, dentre outros. 

Estudos


Em 1979, já então, com 13 anos, e com a família estabelecida definitivamente em Crato, interessou-se cada vez mais pelo estudo musical de forma séria, e o seu pai, trabalhando na prefeitura de Crato, conseguiu através da amiga Lúcia Primo de Carvalho, uma bolsa de estudos para o jovem Dihelson estudar violão na SCAC ( Sociedade de Cultura Artística do Crato ) entidade na época, dirigida pela maestrina Divani Cabral. Chegando lá para fazer a matrícula, Dihelson ouviu a sua futura professora Diana Pierre tocando o Noturno Op 9 # 2 de Chopin, e decidiu estudar piano, ao invés de continuar no violão. 

Estudou na SCAC por 3 anos, ganhando sempre a primeira colocação nos recitais promovidos pela entidade, o que lhe garantia estudar gratuitamente durante o ano seguinte. Nesta época, apesar do estudo formal no Colégio Diocesano do Crato, Dihelson dedicava, às vezes, de 4 a 6 horas por dia ao estudo do piano. Por não ter piano em casa, ia frequentemente estudar nos pianos da escola, até que em 1981, seus pais, com muito esforço, lhe presentearam com um piano acústico Essenfelder. 

Em 1982 conheceu e fez amizade com o compositor cratense Pachelly Jamacaru, irmão do também renomado cantor e compositor Abidoral Jamacaru. Desses encontros, surgiram os primeiros shows profissionais, e Dihelson passou a tocar e estudar também a Música Popular Brasileira. Ainda em 1982, descobriu por acaso, um disco de vinil do trio do pianista Canadense Oscar Peterson, enquanto fazia uma limpeza nos arquivos da escola, gravado pela Rádio Canadá Internacional, que o fez mudar de idéia mais uma vez, decidindo tornar-se um músico de Jazz.

Em 1983, prestou os exames do vestibular, aconselhado por seu pai, para a carreira de engenheiro eletrônico, e tirou o décimo lugar no vestibular da UFPB ( Na época, Universidade Federal da Paraíba ), para o campus II, de Campina Grande, onde passou a residir a partir de 1984. 

Em Campina Grande

Em 1984 começou seus estudos na UFPB no curso de engenharia eletrônica, ramo do conhecimento, que também lhe atraía, já que desde cedo também possuía paixão por ciência e tecnologia. Em Campina Grande, conheceu o guitarrista Jocel Fechine de Párcio, que nessa época, dedicava-se integralmente ao estudo do Jazz, além do baixista Fernando Rangel, que era professor de música e ligado ao DART ( Departamento de Artes da UFPB ). Dessa união, surgiu um sexteto para tocar Jazz e Música Popular Brasileira instrumental, reunindo também os músicos: Giovani Leão, na bateria, Fernando ( trompetista ), e Sergio ( saxofonista ). Esse foi o primeiro grupo de Jazz que teve a participação de Dihelson Mendonça, e que lhe garantiu o acesso aos grandes standards do gênero, além de composições próprias. Em 1985 participou de um show no teatro municipal de Campina Grande, com a cantora Cida Lobo, e o guitarrista Jocel Fechine.  

Em 1986, Dihelson teve um esgotamento nervoso e crises de ansiedade que o levaram diversas vezes ao atendimento de emergência de hospitais em Campina Grande. Estava cada vez mais dedicado à música, e sua dedicação à engenharia foi caindo gradativamente, até que por volta de 1987 resolveu abandonar o curso completamente, e retornar ao Crato. 

De volta ao Crato, em 1987, começou a trabalhar como professor de piano na mesma escola onde havia estudado anos antes ( SCAC ), ainda dirigida por Divani Cabral, e tendo agora a sua antiga professora ( Diana Pierre ) como colega. A partir daí, dedicou-se ao estudo do Jazz e da composição de forma autodidata, já que não havia livros sobre o assunto disponíveis. O estudo se baseava na transcrição de solos e músicas de artistas do Jazz, como Count Basie, Bill Evans, Oscar Peterson, Chick Corea, dentre outros. 

Em 1988 criou o “Cariri Samba-Jazz Quartet”, o primeiro grupo do Ceará dedicado inteiramente ao Jazz, contando com os músicos: Francinée Ulisses ( baixista ), Nivando Ulisses ( saxofonista ), Demontier Delamone ( Baterista ).

Em 1989, abriu um show dos músicos Gilson Peranzzetta e Mauro Senise,  juntamente com o guitarrista Cleivan Paiva, em Fortaleza, que causou grande impressão, e a partir desse daí, recebeu convites para tocar com músicos locais, como o baterista Luizinho Duarte (  Que futuramente, criaria o grupo Marimbanda ), dentre outros. Dihelson mantinha-se constantemente dedicado à música durante, realizando gravações para campanhas políticas, e montando seu primeiro estúdio de gravações, em Crato, em 1988. 

Em 1990, dirigiu e produziu o show “Edipianus”, da cantora Auci Ventura, e em 1991, dirigiu o show “Soy Loco por ti America Latina”, de Luiz Carlos Salatiel. 

Em 1993 foi o diretor musical e arranjador do primeiro disco do cantor Cratense Pachelly Jamacaru, chamado “balaios da vida”. Dessa parceria, seguiram-se outras, gravando e dirigindo mais 2 outros álbuns do compositor. Entre 1993 e 1995, foi o diretor musical do CHAMA ( Chapada Musical do Araripe de MPB ), festival organizado pela prefeitura de Crato, que reuniu alguns dos maiores nomes da música cearense, e nele, teve o primeiro contato com o músico Hermeto Pascoal.  De 1992 a 1995 tocou Música Popular Brasileira nos fins-de-semana, com a cantora Lia Chaves no bar e restaurante Choppana, em Crato, além de continuar seu trabalho musical em recepções e jantares. 

Em 1993, criou o primeiro sistema de acesso à internet de Crato, através de sua própria BBS ( Boletim Board System, um sistema primitivo de comunicação digital, na época ), chamada de MegaStar BBS, que chegou a reunir mais de 200 usuários. Em 1995, após a trágica morte de seu pai, começou a viajar cada vez mais para Fortaleza, onde conheceu o médico e também músico, que seria seu parceiro em diversas composições, Haroldo Ribeiro. 

Em 1997 esteve em Nova York com amigos, onde conheceu grandes nomes do Jazz, como o pianista McCoy Tyner, o saxofonista Joe Henderson,  e o pianista Michel Camilo, além de visitar os lugares onde a história do Jazz se desenvolveu, como o Village Vanguard e o Blue Note, dentre outros.

Em 1998 tocou no show do músico Hermeto Pascoal, na ExpoCrato, festa tradicional da cidade,  juntamente com Cleivan Paiva, Demontier Delamone e Francinée Ulisses. Ainda em 1998, conheceu o músico Arismar do Espírito Santo, em Fortaleza, que se tornaria uma grande referência em sua trajetória musical.

Em 1998, criou o primeiro website dedicado à cidade do Crato na internet, chamado de “O Crato virtual”, juntamente com a diagramadora Josane Garcia, Sérgio, e o memorialista Huberto Cabral.  

De 1998 a 2003, viveu entre Crato e Fortaleza, tocando na noite, principalmente no bar “Caros Amigos”, no calçadão do Centro Cultural Dragão do Mar, e realizando inúmeras gravações, com diversos artistas, como a cantora Fátima Santos, o saxofonista Márcio Resende, o bandolinista Carlinhos Patriolino, o compositor Luciano Franco, e compôs diversas músicas com os parceiros Haroldo Ribeiro e Sílvia Bezzato.

Festival de Jazz & Blues de Guaramiranga


De 2000 a 2007, Dihelson Mendonça realizou vários shows seus e com inúmeros artistas no Festival de Jazz & Blues da cidade de Guaramiranga, no Ceará, sendo aclamado, e merecendo destaque em livro posterior, registrado pelo próprio festival, lançado em 2011. 
Em 2003 voltou a morar em Crato, onde passou a se dedicar à composição, compondo mais de 100 peças de diversos estilos em 2003, registrando em um songbook, e criou o primeiro site de notícias da cidade na internet, chamado “Blog do Crato”, que contou com mais de 100 colaboradores intelectuais, como o artista Luiz Carlos Salatiel, o Prof. Armando Lopes Rafael, o médico e escritor José Flávio Vieira, dentre outros. O site fez grande sucesso, chegando a alcançar marcas de até 200 mil visualizações por mês, e por vezes, ocupando o primeiro lugar nas buscas do Google referentes à cidade de Crato.

Em 2005, Dihelson Mendonça começou a se dedicar à fotografia, criação e edição de vídeos. Dirigiu um documentário sobre o cantor e compositor Abidoral Jamacaru. Em 2008, dirigiu e gravou mais um álbum do cantor Pachelly Jamacaru e foi contemplado pelo Banco do Nordeste do Brasil, que  patrocinou seu primeiro CD autoral, intitulado “A busca da perfeição”, um trabalho multimídia que explora temas como a existência humana, as filosofias e a ciência, num livro que reúne poemas, arte visual, e música experimental. O trabalho teve a participação de mais de 50 artistas. 

Em 2006, Dihelson Mendonça foi convidado pelo Centro Cultural Banco do Nordeste para participar das comemorações dos 250 anos do nascimento de Wolfgang Amadeus Mozart, tocando em Fortaleza, um concerto inteiramente dedicado ao compositor, onde apresentou peças originais, e seus próprios improvisos sobre a obra de Mozart. Também, entre 2000 e 2008 realizou diversos recitais eruditos executando ao piano, obras de Chopin, Mozart, Beethoven, e música Brasileira, em salas de concerto.

Entre 2010 e 2011, trabalhou como jornalista chefe da Assessoria de Imprensa da prefeitura de Crato, na gestão do então prefeito Samuel Araripe. 

Em 2011 realizou um show pelo SESC, no projeto pôr-so-sol, em Crato, com composições de sua autoria, e standards do Jazz. O evento teve a participação de João Neto no contrabaixo, e Saul Brito na bateria, grupo que viria a realizar várias gravações posteriores, e se tornou seu principal trio.

De 2005 a 2021, Dihelson Mendonça trabalhou como jornalista e apresentador, mantendo um canal no youtube chamado “TV Chapada do Araripe”, para a divulgação de notícias da região do Cariri. Também, em 2005 criou o “Acervo Dihelson Mendonça”, que reúne até 2023, cerca de cem mil fotos e vídeos sobre pessoas, eventos e a paisagem da região do Cariri cearense, dedicadas à preservação em arquivo, para a posteridade. 

Em 2019 casou-se com Francilânea Brito, que conheceu ainda na adolescência, tendo sido sua colega de classe.



2020 a 2023

Desde que voltou a residir em Crato, em 2003, Dihelson Mendonça começou a se dedicar profundamente ao estudo da filosofia, das ciências, tecnologia e da IA ( Inteligência Artificial ). Também desenvolveu projetos musicais que visam divulgar não só a sua própria música, bem como a de outros colegas, através das redes sociais e grupos, de tal forma, que de 2005 a 2020 manteve no ar uma web rádio dedicada aos compositores e artistas Brasileiros. Em recente entrevista concedida à Revista “A Província”, Dihelson mencionou que pretende lançar mais alguns álbuns autorais nas plataformas digitais de música, contendo uma boa parte do seu trabalho composicional.

Discografia

2008 - A busca da Perfeição - CD autoral

Como instrumentista e Diretor Musical

1994 - Balaios da Vida - Autor: Pachelly Jamacaru

2008 - Pachelly Jamacaru - Autor: Idem

Participações

2006 - Vôo dos Sons - Darwinson

2019 - Álbum Sonho ou Canção - ( na faixa “hora de sambar” - Luciano Franco e Dalwton Moura )

Referências

1 - Jornal Diário do Nordeste ( várias reportagens )

2 - Revista “A Província”

3 - Livro “Nos acordes do Jazz & Blues” - Memórias do Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga 

4 - Livro: Memórias de um Pianista de Jazz - Dihelson Mendonça 



quinta-feira, julho 02, 2020



"Uma das coisas mais importantes que se pode aprender na vida é não dar ouvidos aos idiotas. Ler certas coisas e rir, pois é mais salutar atribuir à ignorância do que à maldade. Melhor ler do que ser cego. Passar, nada falar, relevar, atribuir à idiotice tão patente na humanidade. Afinal de contas, os idiotas tem um raro poder de proliferação muito maior em toda a raça humana. Aprenda a relevar ou será engolido pelo mundo." - Dihelson Mendonça



Em conversa entre dois idiotas, mantenha-se calado ! 

A poesia e a Técnica - Dihelson Mendonça




"Em tudo que se faz na vida, deve-se ter a perfeição como ferramenta e a poesia como meta. Todo trabalho ao final, deve soar poético, ainda que seja profundamente técnico". Dihelson Mendonça

Os amantes - Dihelson Mendonça



Os pingos de chuva batiam com força e escorriam pelo vidro da janela, revelando silhuetas exóticas de pessoas caminhando apressadas, em busca de abrigo, enquanto faróis nervosos de automóveis, em meio à leva cheia, que corria das biqueiras numa manhã fria de inverno, perdida talvez já na imensidão da eternidade. Em nossas cobertas, a preguiça extravasava o seu domínio sobre os mortais, e víamos corpos extenuados de uma longa e terna noite de conversas suaves, onde tudo era novo, tudo era descoberta.

A primeira claridade a anunciar o novo dia atravessava frestas e lustrava porcelanas e estátuas centenárias, causando sombras estranhas e perfumes exóticos de trabalhos deixados ao acaso. Mais um beijo e te deixaria para quem sabe, quando outra vez ? Ouvir Jazz na madrugada regado a um bom vinho, sorvendo os doces sabores, o néctar da vida em sua plena plenitude, de olhos entrelaçados a não precisar exprimir absolutamente nada além da sinceridade dos adultos, sem precisar fugir à realidade, aos temores, e às paixões...

Tempos mágicos em que a descoberta não era além do princípio do prazer, de compartilhar mais que tudo; De viver, assim como se nunca houvera existido vida antes! E a chuva, Ah! a chuva docemente, embalava, junto ao Jazz, o amor entre dois amantes que se admiravam e se descobriam num imenso jardim. Jardim que só os amantes é que viam e desfrutavam...

Dihelson Mendonça
13/11/2013

O PROCESSO DE IDIOTIZAÇÃO DA ARTE



O problema é que os medíocres estão dominando o mundo, enganando as pessoas e se enganando, achando que sabem de alguma coisa, quando na verdade, são principiantes e leitores de orelhas de livros. E a mediocridade, a massa de manobra, por não ter o devido grau de conhecimento e acesso à grande Arte, e ao processo educacional correto, endeusa a horda de imbecis que sobe ao banquinho que Carl Marx esculpiu para a plebe rude, aliás, porque mediocridade atrai mediocridade. Veja por exemplo em fotografia; Qualquer idiota hoje, entra numa loja, compra uma câmara fotográfica, aprende a apertar um botão e sai da loja se achando um "fotógrafo" inato, sem entender ao menos os princípios básicos e técnicos que regem a arte, sequer a regra dos terços, sequer as técnicas de enquadramento. Na música, idem ou ainda pior! E assim, estamos chegando a um ponto sem retorno no processo de degeneração e de idiotização da sociedade, em que a arte tem um papel preponderante. Ao povo, embalado pela pseudo-arte criada por pseudo-intelectuais leitores de jornais, bancados por instituições corruptas e pessoas igualmente medíocres sem qualquer grau de instrução artística, especialistas apenas em Pão e Circo, e de outro lado, a massa, entre o caos e a ignorância, sem saber mais separar a Arte verdadeira da FRAUDE. Como já disse o grande Fernando Pessoa: "O fim da arte inferior é agradar, o fim da arte média é elevar, o fim da arte superior é libertar." Estamos vivendo a fase da Pesudo-Arte, formada por Pseudo-Intelectuais e Pseudo-Seres humanos.

Dihelson Mendonça
07-12-2013

A IDÉIA DE DEUS E O MEDO HUMANO




"Quem ama a Deus por temor, não ama de verdade" "Nem quem ama por respeito". Porque o amor é natural, ele nasce do coração das pessoas, não se submete à razão. Não se chega a Deus através de um processo racional tal como a conhecemos, mas unicamente através da fé. A fé é uma singularidade dentro do universo racional, e somente pela negação da razão, ou compreensão de uma outra razão contida num universo que se opõe à esta realidade imediata é que se percebem verdades ocultas, dentre elas algo incognoscível à mente humana, que chamamos de Deus, Tempo, Vida e Morte. É impossível compreender a mente de Deus, assim como é impossível a um rato compreender o pensamento de um homem. Mas é possível perceber "traços" da sua existência espalhados pelo cosmos, porque nossa mente, embora rudimentar, possui a percepção da órdem universal das coisas. E o acaso, que seria a inexistência, a falta de de uma estrutura, é a exata oposição à uma órdem.

Dihelson Mendonça

Triunfos


https://blogdocrato.blogspot.com/2010/08/triunfos-por-dihelson-mendonca.html

terça-feira, junho 09, 2020

Lembranças de um Crato que não volta mais - Por: Dihelson Mendonça



"Era um tempo muito bom, muito diferente de hoje. A vida era mais tranquila, os costumes eram outros. Havia mais respeito e educação entre as pessoas, que se cumprimentavam. Não existia violência nas ruas, nunca se ouvia falar em assaltos...a gente poderia andar tranquilamente para qualquer lugar da cidade, se divertir, ir à festas...voltar de madrugada, e ninguém sabia o que era assalto. 

Claro que não tínhamos as comodidades de hoje, como a internet, celulares, mas a gente não sentia falta. Existia TV, Rádio, Telefones, que faziam chamadas DDD e DDI ( Isso já nos anos 70, que a gente chamava de interurbano. Antes, era com auxílio da telefonista. A cidade era silenciosa de tal forma, que se alguém ligasse um rádio, daria para ouvir em todo o quarteirão. Éramos revestidos de natureza, íamos tomar banho nos pés de serra, na cascata, no Serrano, na AABEC, nas grotas, nas fontes que brotavam da Chapada do Araripe...oh tempo bom !

E não sei se vocês alcançaram...ali onde fica hoje a Caixa Econômica Federal, na esquina da Rua Santos Dumont com a Mons. Esmeraldo, havia uma ( Pasmem ), Fábrica de biscoitos ( A GESSY ), e o cheiro dos biscoitos perfumava as ruas do centro do Crato de forma indescritível. A fábrica tinha as laterais vazadas, e quem passava, via imensas esteiras rolantes e barulhentas, máquinas enormes, e milhares de biscoitos deliciosos nessas esteiras. Toda criança queria entrar lá, mas haviam grades. Ali na rua Almirante Alexandrino, que vai dar lá no hotel Tabajara, não havia ainda essa rua da HONDA para o canal, era tudo um imenso prédio onde funcionava uma fábrica de óleos vegetais ( A SINBRA, se não me engano ): Fabricavam o Óleo Crato, que era bastante considerado, e mais dois outros, cujos enormes desenhos das latas, estavam estampados na parede externa da fábrica, próximo à residência dos Arraes. A fábrica era enorme e tinha uma chaminé altíssima que dava para ver nos céus do Crato.

Tenho tantas recordações daquele tempo, em que ainda não existia a estação rodoviária, os ônibus paravam na Rua Nelson Alencar, principalmente os da Viação Rio Negro, que faziam a linha Crato-Fortaleza, que por sua vez, concorriam com a viação Rápido Juazeiro, do mesmo proprietário: Raimundo Ferreira. Os ônibus que iam para São Paulo, da Expresso Real Caririense ( ERC ) e Viação Varzealegrense paravam ali próximo ao restaurante Guanabara ( O Neném ). Eu fui uma vez para São Paulo no ERC, levou 3 dias para chegar, ( rs ), mas a viagem foi cheia de beleza.

As ruas eram cheias de gente, as feiras, enormes, vendia-se de tudo. Ela se espalhava por boa parte do centro. Dia de feira, ( segunda ), era o dia de vir ao Crato, porque aqui era o centro dos negócios, o centro de tudo, de comércio, de indústrias, de hospitais bons, maternidade...o cariri nasceu aqui. Tinha matuto que vinha só para admirar o prédio do Banco do Brasil...rsrs . Nos domingos, casais flertavam nas praças da cidade, principalmente na Siqueira Campos, e na Praça da Sé. Havia mais comunicação, as famílias eram mais próximas, iam à igreja e depois, as praças ficavam abarrotadas de gente.

A vida doce do cratinho de açúcar se perdeu em alguma veia da história, uma vida que quem viveu, há de lembrar para sempre. Um tempo bom, um tempo feliz, que não volta mais."

Por Dihelson mendonça
BLOG DO CRATO


COLORADO RQ - De volta aos anos 70 - Por: Dihelson Mendonça


Alguém aqui viveu nos anos 70 ? Muita gente. E quem não se lembra quando a TV chegou ao Ceará e ao Cariri ? Eu tinha 4 anos de idade em 1970, e morava na vizinha cidade de Farias Brito. Por essa época, o maior comerciante local, chamado Antonio Leandro, começou a vender aparelhos de TV. Existiam lá basicamente dois modelos, o velho Colorado RQ, e o TV PHILIPS Planar.

Meu pai, que sempre foi uma pessoa muito entusiasmada pelas novas descobertas, comprou o segundo aparelho de TV da cidade, sendo que o primeiro ( claro ) era do dono da loja. E enfim, chegou o nosso philips planar em preto e branco ( colorida nem se falava ). Acontece que naquele tempo, a televisão "pegava" com sistema de repetidoras. Vinha por várias estações repetidoras desde Fortaleza até o Cariri ( não é como hoje, que vem via satélite ). Existia então, uma estação repetidora na Serra do Quincuncá, da antiga TV Ceará Canal 2, e funcionando com gerador a óleo diesel, só era ligada à tardinha, e desligada lá pelas 22 horas. Teve até um caso do último capítulo da novela "A barba azul", em que faltou o óleo, e um comerciante da cidade foi quem forneceu., o que ganhou a simpatia da população.

Foi através dessa TV, hoje rudimentar, que nós tivemos nossos primeiros contatos com o mundo "civilizado". Seriados como "O Túnel do Tempo", "Viagem ao fundo do mar", "terra de gigantes", e o clássico "Perdidos no Espaço". Parece até que estou vendo a sala lá de casa, com 50 crianças sentadas em qualquer lugar, assistindo Roy Rogers, Durango Kid, Hospitalouco, A feiticeira. Por essa época também, chegaram as primeiras geladeiras da era moderna, Consul, e o que não faltava na cidade, eram placas de "Vende-se Din Din". Era moda, tinha gente que colocava uma placa de "Din din" só pra dizer que tinha geladeira nova. Telefones na cidade ainda não existiam ou eram muito poucos, o contato com o mundo externo era feito via Rádio-Amador, que enviávamos recados, mensagens para parentes mundo afora, além dos correios, que eram de altíssima credibilidade. Ah! quando o carteiro passava, era uma festa na rua.

As estradas que ligavam Farias Brito ao Crato eram quase intrasitáveis no inverno, estradas carroçais, e haviam algumas maneiras de se vir ao Crato, como pelo "Rápido Crateús", ou pela "Viação varzealegrense", ou ainda pelo misto de "Seu Orlando", que ficava estacionado na praça principal. Quando alguém ficava doente e precisava de urgência, iam acordar o Antonio Sales, que possuía um Jeep, era muito eficiente, e atendia a cidade toda. Hoje Antonio Sales é proprietário de uma beneficiadora de arroz aqui em Crato, ali na Rua dos Cariris. Uma excelente pessoa. Aliás, quantas vezes eu não vim doente para o Crato nesse bendito Jeep do Antonio Sales ? Lembro-me de uma vez, muito criança, de colo, em que eu abri os olhos para o mundo. Primeiro foram os sons. Alguém dizia: "Ele tá tornando!" outro comentava: "Ele vai se acordar". O caso é que quando abri os olhos, haviam dezenas de pessoas cercando a cama e me olhando. Uns diziam que eu tinha "dado uma agonia" ( desmaio ), e já outro dizia: "é melhor levar logo pro Crato". Foi nessas idas e vindas ao Hospital São francisco de Assis, que acabei conhecendo o Crato, meus tios vieram morar ali na Cel. Luiz Teixeira, lá no alto do seminário, de onde se via boa parte da cidade baixa.

Aqui no Crato, o sistema de televisão no início dos anos 70 era também muito semelhante. Existia uma torre repetidora ali no Alto do Seminário, defronte ao seminário São José, que transmitia o Canal 10 ( TV verdes Mares ) para toda a cidade.

Mas televisão era um negócio muito caro para a classe pobre. Pobre sempre foi pobre, em qualquer lugar do mundo. Para facilitar as coisas, os prefeitos das cidadezinhas como Farias Brito, inventaram a tal da TV pública. Um aparelho de TV era montado em cada praça da cidade. lembro-me ainda do dia em que estavam montando a TV pública em Farias Brito, que ficava na esquina aonde hoje é a prefeitura. Ali, o calçadão não existia, e as pessoas ficavam assistindo da esquina da praça. Todo fim de tarde, um encarregado ia abrir o cadeado da caixinha de metal que abrigava a TV das chuvas, abria as duas portinholas e ligava a TV para o povão assistir as novelas. E que novelas boas as daquela época: Tinha "A barba azul", com Eva Vilma e Carlos Zara, que era sucesso, e tantas outras.

Na cidade, um dos maiores divertimentos era quando chegava a época da política. Os Fariasbritenses devem se lembrar das clássicas disputas entre Aurélio Liberalino de Menezes, e Gabriel Bezerra de Morais ( Seu Bié ). Meu pai era o encarregado da CAENE ( Companhia de Águas e Esgotos do Nordeste ), que depois virou CAGECE, e minha mãe trabalhava na prefeitura de Farias Brito na época do Bié. Eu estudava no Grupo escolar Getúlio Vargas ( estadual ), e competíamos com o Colégio Municipal, porque quem estudava no "estadual" tinha bem mais status que o "municipal". Meus tios ainda estudavam no Ginásio Enoch Rodrigues, instituição de bastante respeito na cidade.

Mas afinal, porque eu estou relatando todas essas coisas ?

Porque ao ver esses folhetos aqui de propagandas de lojas como a Zenir, Americanas, com computadores a preços populares, comecei a pensar cá com meus botões: A história se repete : "Um computador para cada casa". Vamos chegar em breve a um tempo em que haverá um computador ( e vários ), para cada residência. Lembranças dos anos 70, em que dizíamos: Um dia haverá uma TV em cada casa, e não tardou a acontecer. Estamos para o computador hoje, como a TV estava para os anos 70. Só que a velocidade com que a tecnologia se desenvolve hoje é estonteante. Um produto que se compra hoje, daqui a 6 meses está obsoleto, enquanto naquela época, se comprava uma geladeira por exemplo, para o resto da vida.

E aqui eu paro para pensar se de fato, a tecnologia melhorou muito nossa qualidade de vida ou não, pois mesmo quando não tínhamos toda essa parafernália de coisas eletrônicas, em nossas casas, parece até que éramos mais felizes, tocava-se na vida com os dedos, valorizava-se mais o trabalho, a dignidade, havia um senso de responsabilidade, de honestidade, de ganhar o pão com o suor do rosto, as famílias se arrumavam e iam todos à missa aos domingos, e depois às festas da cidade. As praças eram cheias de crianças brincando, correndo, havia música em toda parte, e o mundo era um lugar bem mais seguro de se viver.

Bom, mas eu ia escrever sobre uma coisa, e acabei escrevendo sobre várias outras coisas, tantas, que acho até que a crônica acabou se tornando melhor. Mas eu não sou nenhum Emerson Monteiro, Zé Flávio Vieira, ou Antonio Morais, sou apenas um reles cronista dos minutos livres. E por sinal, já vai começar o noticiário da CNN, com as últimas do Japão...

Pensando bem, estou ficando velho...sabe qual é a diferença entre você ter 15 anos e 45 ? Nenhuma. A única diferença é que o tempo passou, e muita coisa boa ficou pra trás. Mas em qualquer tempo, podemos ser felizes com tudo aquilo que temos, já que a única coisa que verdadeiramente temos sabe o que é ? A nossa vida e as nossas recordações. O resto...é o resto.

"Os nossos comerciais, por favor !"
( dedicado a Flávio Cavalcanti - Rei da Televisão )

Por: Dihelson Mendonça

E você conhece a Hora do Suicídio em Crato, meu Filho ? Conhece não, é ? - Dihelson Mendonça


Essa história ou estória eu ouvi contar várias vezes, viu? Como diz o cumpade Zé Lezin: num é "mentira" nem é "fricção". "Num é eu querendo me Gambá, mas moléstia à parte"...

Quem viveu no Crato nos anos 70, acompanhou o surgimento da TV a Cores, uma invenção do outro mundo pra época, e se poderia assistir ao programa do Sílvio Santos, sempre aos domingos. Mas é claro que era domingo, porque o Sílvio Santos só fez programas no dia de Domingo. E este especial dia da semana, era aquele dia da faxina geral na casa, do tempo em que se lavava o piso com uma mangueira de manhã, e passava a tarde encerando com cera Cachôpa. Quem tinha enceradeira ( esse era um utensílio muito chique da época ), usava. E quem não tinha, engrossava os braços de tanto esfregar o chão. Existia uma moda no Crato de um tal dum cimento vermelho que era uma coisa incrível. Só servia pra duas coisas, esconder mancha de sangue e escorregar em cima do tapete pra quebrar o braço.

Eu era criança nesse tempo ainda mais do que hoje, e me lembro de pessoas me chamando pra sentar num pano de chão, a fim de que as pessoas pudessem sair arrastando pela casa, com preguiça de passar o pano... Mas isso não tem absolutamente nada a ver com a história que eu vou contar agora pra vocês!

Pois bem, nos anos 70, os Domingos no Crato pareciam aquela coisa de Mexicanos em filme de Faroeste: O sol quente, com todo mundo dormindo. Pense num sol quente! Você passava ali na Rua Pedro II, e só via os pés pra cima do povo dentro das casas, das redes... dava até pra saber quem tava com as unhas compridas, parecia galinha em dia de matança. E tinha umas casas de gente assistindo o dia inteiro o programa de Sílvio Santos. Não tinha mais nada pra se fazer na cidade. Porcaria nenhuma.

Na Rua Almirante Alexandrino, pra quem morava lá na frente da oficina de Paulo Barbosa, olhava dali da Escola Francisco Zé de Brito ( Ali onde hoje o quartel da PM ), pro lado do Tabajara Hotel as 2 horas da tarde, você não via uma alma na rua. Nem viva e nem Morta. Só dava pra ver o mormaço quente do asfalto subindo...Só um ônibus da viação Varzealegrense ou da Rio Negro passava de vez em quando, porque a agência, pra quem se lembra, era ali na Rua Nelson Alencar. E a coisa só ia piorando...piorando... E tome tristeza, até que de noite essa solidão, esse desamparo e até essa mortidão já ficava insuportável.

A morgação era tanta, que se espahou um boato de que Antonio Vicelmo da "Rádia" Educadora tinha dito que no Dia de Domingo em Crato, às 6 horas da tarde era a hora do suicídio, porque dava um desespero tão grande na gente, em saber que o Domingo foi um dia que não existiu no calendário, e saber que já tinha de dormir cedo pra se acordar pro trabalho no dia seguinte.

Mas, apesar dessa tristeza que existia, tinha também alegrias nos anos 70. E para muitos, essa "morgação" também era um sinal de PAZ, de estar de bem com a vida, pois o mundo era um lugar mais tranquilo de se viver, e guerra era coisa lá do "estrangeiro", que a gente só ouvia falar na BBC de Londres, nas ondas curtas do Rádio, ou numa raríssima transmissão de TV via satélite, que naquela época, era a coisa mais cara que poderia existir. A coisa era tão de um jeito, meu filho, que quando alguém recebia um telefonema do Rio de Janeiro, o Crato todo ficava sabendo e o sujeito virava celebridade. Ééeééé.....

Quem não se lembra da Farmácia PASTEUR, que muita gente entrava lá só pra se pesar ? Confesse, meu filho que você já entrou pra se pesar lá. A balança da Pasteur era uma atração na cidade, assim como as fontes luminosas e tomar um sorvete lá no Bantim. Quem não se lembra do Bar Social, do Itaytera Clube ( que eu soube agora que está exposto à venda por 1 milhão e 500 pra quem quiser ). Quem não se lembra do Grande Hotel, do Redondo, e de tantas coisas maravilhosas que hoje o Crato não tem mais !

De qualquer forma, ainda que no Domingo, 18:00 continue sendo no Crato, a Hora do Suicídio, eu dou graças a Deus por ter vivido em uma época em que não havia essa violência de hoje, não tínhamos essas tecnologias, essa modernidade, internet, mas de certo modo, como diz a música, todos éramos felizes e não sabíamos. Como diria o véio Odorico Paraguaçu, "Talqualmente a hoje".

É hora de notícia, Cariri !

Por: Dihelson Mendonça
 

Na Foto: Dedicado a Antonio Vicelmo, um dos meus grandes amigos e inspiradores, que nos bons tempos da Rádio Educadora, apresentava o "Show de Besteira" no sábado, programa excelente, que infelizmente não existe mais porque agora a Rádio é mais de "reza". Mas seria muito bom se esse programa voltasse.

segunda-feira, fevereiro 26, 2018

OLHAR CRÍTICO - Somos realmente mais felizes com toda essa tecnologia ?




Às vezes fico pensando nos avanços da tecnologia, no poder da comunicação que temos hoje para atingir as massas de uma forma global, e no quanto evoluímos. E pensar que há menos de 100 anos viajávamos em carruagens puxadas por cavalos...É certo que em 50 anos a humanidade avançou mais em tecnologia e conhecimentos do que nos últimos 50 mil anos. Cada pessoa do planeta hoje pode se conectar a todas as outras. Geramos hexabytes de informação compartilhada. Usamos tecnologias cada mais avançadas que até pouco tempo alguém poderia pensar que fosse mágica ou bruxaria.

Mas...aonde tudo isso está nos levando ? ( Olhar Crítico ) - Será que toda essa tecnologia tem nos tornado seres humanos melhores ? Infelizmente, esse avanço não trouxe consigo o desenvolvimento no lado humanístico. Continuamos a semear guerras, genocídios, extermínio, ódio, violência. Nesse ponto, vivemos como nossos antepassados de 50 mil anos atrás. A pergunta-chave é: "Onde tudo isso está nos levando ?" Quem consegue compreender a totalidade do mundo moderno, suas interpretações, suas diversas realidades ? Quem gerencia toda essa tecnologia ? Governos, organizações secretas, uma elite que impõe a nova órdem mundial a 7 bilhões de pessoas ?

Por mais inteligentes e conhecedores que nos tornamos, ainda não temos respostas para as grandes questões da vida: De onde viemos, para onde estamos indo ? Haverá vida após a morte ? Qual o sentido da existência ? Existe algo que transcende o corpo físico ? A ciência é apenas uma fonte para as respostas. Ela não consegue responder a tudo, pelo menos, por enquanto. Precisamos olhar o mundo com outros olhos. E descobrir outras realidades ocultas. E só assim, poderemos encontrar as nossas próprias respostas, e descobrir finalmente, o nosso próprio caminho.

Por: Dihelson Mendonça



O Papel da música na filosofia de Schopenhauer



Resumo: Abordagem sobre a música na concepção do filósofo alemão ARTHUR SCHOPENAUER. A análise apresenta a influencia do contexto musical sobre a filosofia deste autor onde ficará explicita a distinção existente ente a música e as demais artes, a sua importância na vida do ser humano como superação do sofrimento segundo o filósofo. 

Palavras-Chave: Schopenhauer, Arte, Música, Sofrimento, Vontade. 

Abstrat: Focus on the music in the design of the German philosopher ARTHUR Schopenauer. The analysis shows the influence of musical context on the philosophy of this author explains where it will be the distinction loved music and other arts, its importance in human life and overcoming suffering according to the philosopher.
Keywords: Schopenhauer, Art, Music, Suffering, Will


1. INTRODUÇÃO

Para Schopenhauer "viver é sofrer" sendo necessário que exista uma via de suspensão da dor que existe no sofrimento da vida. O prazer em realidade é apenas um momento rápido de ausência de dor e não há satisfação durável, porque o homem nunca se sente satisfeito de forma plena, ou seja, todo o momento de satisfação aponta a um novo desejo sendo assim sucessivamente. Ocorre uma ansiedade que é vazia e um tédio profundo proveniente do constante sofrimento que o homem sente e passa pelo fato de estar vivendo e assim conseqüentemente sofre. Existem três coisas que são constantes e iram também acompanhar o homem durante a sua existência, que é à vontade, o desejo e o tédio. Sendo que a vontade em Schopenhauer é a mola propulsora da existência humana, localizada em um plano metafísico que é o querer a vida ou o desejo de vida, isto é, querer viver. Pois a vontade é a raiz metafísica do mundo, logo, é a fonte de todo sofrimento, neste sentido esta via de suspensão da dor referido acima se dará segundo o filósofo através da contemplação artística, sendo que esta é uma contemplação desinteressada das idéias, em que se contempla a vontade em si mesma ocorrendo assim à suspensão da dor causada exatamente pela vontade. 

Este filósofo usa o termo kantiano chamado desinteresse para contemplação da arte em que através disto fará com que esta vontade fique distante, afastando conseqüentemente o sofrimento e a dor. Porém esta contemplação artística não elimina e tampouco eliminará esta vontade existente no homem que é algo inerente a sua natureza humana, sendo o homem um ser que sempre esta desejando algo, e quando consegue saciar-se em determinada área sua vontade precisa ser satisfeita em outra, neste sentido a arte eleva e faz com que o homem supere este momento de vontade e dor momentaneamente. 

2. A MÚSICA NO TEMPO DE SCHOPENHAUER

Arthur Schopenhauer (1788-1860) vivera entre o final de um século e o começo de outro onde além de ocorrerem inúmeras mudanças no contexto social, político, religioso e cultural, o filósofo pôde acompanhar também em seu tempo mudanças no âmbito musical, em que houve a transição do Classicismo1 para o Romantismo2. 

O período Clássico deve ser visto e também reconhecido como o momento em que grandes gênios da música se destacaram, sobretudo convém mencionar grandes nomes como: Haydn3 e também Mozart4. É pertinente destacar que Schopenhauer possuía grandíssima admiração a ambos, sobretudo a Mozart, pois este apesar deter tido uma vida curta deixou uma vasta obra a sua posteridade. Era um compositor que priorizava a técnica e justamente com a métrica eram fatores que diferenciavam as suas composições. 

Já Haydn foi considerado como o pai da sinfonia, isto pelo fato de ter composto um grande número de peças sinfônicas e também suas composições destacava-se pela perfeição musical existente nelas. A música no tempo de Haydn como também Mozart possuíra um caráter universal, pois em todo o mundo quando alguém ousava compor teria então de seguir os padrões musicais existentes, o que de fato fez com que a música clássica se destacasse. No Romantismo ou período romântico o que se destacava era exatamente o individualismo tornando-o oposto ao Classicismo, sendo esta transição justamente contexto "influenciador" no intelecto artístico de Schopenhauer. Faz-se necessário destacar também um gênio que marcou o Romantismo chamado Ludwig Van Beethoven. A música romântica deste gênio é densa e também emotiva, onde suas composições são totalmente ligadas aos fatos que marcaram a sua vida. A partir de Beethoven a música não fora mais a mesma, pois passou a adquirir um caráter de absoluto egocentrismo, pois para ele somente o drama pessoal é que conta neste momento. Aqueles que ouvem a música de Beethoven passam a identificar-se pessoalmente com a música, chegando a reconhecer até mesmo que nas angústias, infelicidades e também nos infortúnios da vida pode através do encanto da arte ocorrer um sentimento profundo que aliviará as dores que atingem o homem. 

No Romantismo as dores adquirem um papel fundamental, posto quê as dores do próprio artista romântico é o que promoverá a sua criação artística. Isto fica explicito em Beethoven como, por exemplo: 

? Na sua 5ª sinfonia o sentimento de superioridade e grandeza se destaca. 
? Na 6ª sinfonia que é pastoral a nostalgia fica explícita. 
? Na 9ª sinfonia Beethoven deixa transparecer a paixão que tomava o seu ser naquele momento. Assim, o sentimento e a individualidade estão eminentemente sobre o gênio romântico. Com os românticos a música torna-se sistematicamente a arte de exprimir os sentimentos por meio dos sons5 . 
O que ocorreu na transição entre o Classicismo e o Romantismo foram o cultivo da dor e também a sinceridade expressa pelo povo com a existência ou presença do sofrimento. Através da vida dos compositores românticos é permitido notar que tanto a fantasia quanto a angústia andam juntas e em certo sentido se completam isto seria como se desejássemos possuir algo que nos é proibido. Outro fator a ser considerado nesta época é a literatura que influencia significativamente os românticos e isto se pode confirmar através do drama lírico o qual foi desenvolvido por Richard Wagner6. Este uniu a música e a poesia, pois a poesia traria a significação intelectual à obra e a musica assim reforçaria esta significação através dos seus valores que são muito mais profundos e ativos do que a palavra.  Schopenhauer que começará a exaltar a música como sendo a arte superior juntamente com as palavras, neste sentido, passou a exercer uma influência significativa sobre e suas composições, fato este que se pode comprovar na própria estética deste compositor. 

2.1. A MÚSICA EM SCHOPENHAUER

A música pode ser vista por meio de Schopenhauer como a magma arte perfeita, pois de certa maneira consegue traduzir o verdadeiro espírito do homem. 

De todas as artes Schopenhauer exalta a música como a mais grandiosa e por possuir também um poder especial, pois tem um caráter universalizante que de fato ultrapassa toda a individualidade existente. A ela cabe o destaque maior na metafísica do belo, pois não é incluída pelo filósofo na pirâmide hierárquica das artes, mas é suprema e paira sobre todas. E isto ele deixa claro ao fazer uma revisão sobre as artes e após referir-se a música. 

"Contudo, percebemos que uma bela arte ficou excluída de nossa consideração, e tinha de ter ficado, visto que no encadeamento sistemático de nossa exposição não havia lugar algum para ela: trata-se da música. Esta se encontra por inteiro separada de todas as demais artes." (SCHOPENHAUER. 2001. P.227) 

Em realidade, dentre todas as artes a música não será somente aquela que irá expressar as idéias ou o grau de objetivação da vontade, mas ela expressa a própria vontade e por isto é a arte mais profunda e universal. Ela descreve a vontade mais secreta da vontade e neste sentido ela não será então libertadora, mas apenas tornará os homens como puros sujeitos contemplativos, pois enquanto contemplam não desejam e por isso não sofrem. A música proporcionara ao individuo um prazer desinteressado, pois ela representa a vontade de forma imediata ao passo que o individuo ao ouvi-la desinteressadamente será como se estivesse em uma ascese e sentiria um gozo sentimental inexplicável que lhe é totalmente subjetivo.

3. A RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE MÚSICA E VONTADE 

Schopenhauer assume um posicionamento metafísico e não poupa também as suas criticas a Kant, sendo que agora o fenômeno será tudo aquilo a ser pensado e percebido e a vontade cognoscível que é o Noumenom será intuição imediata. Contrário a Kant, ele irá elaborar uma metafísica imanente onde a razão se submeterá a vontade, e esta vontade representa um querer viver sob qual o homem está e não poderá livrar-se. A vontade é o substrato de todos os fenômenos, sendo ela um Noumenon e ao se mostrar acaba se tornando Fenômeno, assim o homem quando age sendo assim faz porque está movido pela vontade que em parte não é racional. Esta vontade gera a dor e o sofrimento, e este sofrimento é a unidade do mundo, pois está presente em todas as pessoas sem exceção. Se de fato a vontade gera a dor e o sofrimento tornando o viver um sofrer, desta forma a única maneira que se pode encontrar para superar essa dor é eliminando a vontade, e esta eliminação da vontade dar-se-á única e exclusivamente através da contemplação artística. Para este filósofo todas as artes são libertadoras, mas por determinado tempo, isto é, momentaneamente e não de forma definitiva. 
Schopenhauer traça uma hierarquia presente nas manifestações artísticas no qual cada modalidade artística ao nos lançar em uma pura contemplação de idéias nos apresenta um grau de objetivação da vontade. Partindo da arquitetura como seu grau inferior e mostra a resistência e as forças intrínsecas presentes na matéria, sendo que o último patamar desta contemplação reside na experiência musical. Para ele a em comparação com as demais artes a música é a mais grandiosa e majestosa, sendo que possui também um poder especial pelo fato de ter um aspecto universalizante que irá além das individualidades. A música por ser independente de toda imagem externa é capaz de nos apresentar a pura Vontade em seus movimentos próprios,logo, ela manifesta a própria vontade encarnada. Isto compreende-se pelo fato da música possuir regras bem determinadas de expressão numérica e assim é compreendida por qualquer individuo. Através da música esquecendo-se de si mesmo o homem se liberta do sofrimento que está na vontade, sendo que esta libertação se dará através do som puro,por ele exercer influência sobre a vontade,produzindo um prazer estético no individuo que é o contentamento em oposição a vontade. Toda e qualquer arte objeta estimular o conhecimento das idéias,no entanto, a música possui particularidades qua a torna diferente de todas as outras artes conforme o autor:

"A música, portanto não é de modo algum,como as outras artes cópia de Idéias,mas cópia da própria Vontade,do qual as Idéias também são a objetividade."(SCHOPENHAUER.2001.P.230) 

É assim porque a música segue além das idéias ganhando uma independência do mundo de objetividade ou aparente,pois sua existência seria possível mesmo sem a existência do mundo fenômenico. A idéia é a imediata da vontade sendo que as artes reproduzem estas idéias,mas já a música é a reprodução da própria vontade,e esta é a diferença existente entre a música e as demais artes,pois ela traz para diante do individuo e consegue livrá-lo momentaneamente dos liames da vontade, justamente o que o filósofo irá destacar: " A música como já disse,diferencia-se de todas as outras artes por não ser uma cópia do fenômeno, ou mais exatamente da objetividade adequada da vontade, mas por ser um cópia imediata da própria Vontade"(SCHOPENHAUER.2001P.231) Esta distinção entre a música e as outras artes se dá por ela produzir efeitos no interior do individuo mais do que as outras, operando metafisicamente através desta cópia da vontade. 

4. A Organização Melódica 

Artur Schopenhauer faz uma comparação entre os instrumentos da orquesta que criam a melodia e a metafísica do individuo, isto é, a sua área de transferência. Ele faz referencia também sobre os tons mais graves da harmonia que é o baixo,representando o estado inorgânico este sendo a base desta harmonia na orquestra e nas vozes do coro. Daí surge a voz condutora que canta a melodia e são em realidade uma seqüência dos graus de Idéias nas quais a Vontade se objetiva no mundo intuitivo. Há neste sentido uma relação entre música e mundo o nível dos tons e a vontade. 
"Portanto,assim como do tom é inseparável certo grau de altura, também da matéria é inseparável certo grau de exteriorização da vontade. Dessa forma,o baixo contínuo é, na harmonia,o que no mundo é a natureza inorgânica, a massa mais bruta,sobre a qual tudo se eleva e desenvolve. Ademais, as vozes intermediarias que produzem toda a harmonia e se situam entre o baixo continuo e a voz condutora que canta a melodia são,na música,o que é no mundo intuitivo a sequência dos graus de Idéias nas quais a vontade se objetiva."(SCHOPENHAUER.2001.P.231.) 

Os movimentos existentes na música podem trazer ao individuo alegria, mas também tristeza e tédio. A alegria se dá pela rapidez e pela vivacidade, assim como frases curtas e fáceis também a música de dança. 

Já o adágio7 revela a angústia de forma introspectiva, exatamente por ser um movimento lento o individuo a reflexão da vida. Estes movimentos lentos levam o ser a ter um sentimento nostálgico que é superado pelo modo maior novamente. Neste sentido conforme afirma Schopenhauer: 

"O adágio fala do sofrimento associado a um grande e nobre esforço a desdenhar qualquer felicidade vulgar. Mas quão maravilhoso,é o efeito dos modos maior e menor. É fascinante observar que a mudança de uma meio-tom,a entrada em cena da terça menor em vez da maior,impõe a nós imediata e inevitavelmente um sentimento penoso,angustiante,do qual o modo maior novamente nos libera de novo."(SCHOPENHAUER.2001P.233-234) 

Assim sendo a música transmite os movimentos íntimos da "humanidade" e sua essência é destituída de sofrimento. Além disso, por possuir como objeto a vontade a música ao expressar o em-sí no mundo, isto é, a vontade de em-sí ela então deverá ser reconhecida como sendo a verdadeira filosofia, pois ela é um exercício oculto de filosofia, em que a mente não sabe que está filosofando. 

5. Conclusão 

Ao que fora abordado nesta apresentação tem-se nocão de que segundo este filósofo alemão existe este constante sofrimento na vida humana,onde através da contemplação estética ocorre a sublimação deste sofrimento,pois há uma contemplação desinteressada que elevará o individuo o fará esquecer-se de sí neste momento,deixando assim momentaneamente de sofrer. A música todavia é considera por ele como a magma arte e paira acima da hierarquização das artes,pois é a única que expressa diretamente a vontade e não os seus arquétipos. Levando-se em consideração o contexto de Schopenhauer onde o Romantismo ficou marcado pelo cultivo da dor e do sofrimento exposto de maneira clara pelo povo, a música neste momento servia como um remédio para este sofrimento. A dor da existência transmitida do romantismo de Beethoven é também aliviada momentaneamente através da música, pois ela não trará a cura,mas sim um tempo de alivio do sofrimento. 

O ser humano como um ser de vontade se vê desta forma preso a ela, a uma constante querer,uma constante ânsia e desejo o que o torna em parte um ser com angústia de vida, sendo que a importância desta reflexão schopenhaueriana se dá nesta oportunidade em que o homem pode superar este sofrimento vital,através da contemplação estética,mais precisamente com a música que vai além das idéias e atinge o interior humano operando metafisicamente através da cópia pura da vontade,em conseqüência a sublimação do sofrimento. 
Não obstante,a música assim como a arte para o filósofo é um grande instrumento de educação,instrução e molde para o ser humano,pois através dela o homem tem a possibilidade de aflorar sua sensibilidade e percepção de mundo. E por isto ele encerra sua obra8 dizendo:
"Que se gaste tempo e dinheiro,antes,indo a óperas e concertos. É sem dúvida incomparavelmente mais nobre proveitoso quando quatro pessoas se sentam para audição de um quarteto do que quando se sentam para uma partida de baralho."

Publicado em 16 de May de 2010 por PEDRO ANDRÉ
Pedro André Pires de Almeida* 
No site: WebArtigos


REFERENCIAS:

ABBGNANO,Nicola.Dicionário de Filosofia.SãoPaulo:Martins Fontes,2007. 
KURY,Adriano da Gama.Dicionário da Lingua Portuguesa.São Paulo:FTD,2001.P.21 
SCHOPENHAUER,Arthur.Metafisica do Belo.Tradução Jair Barbosa.São Paulo:Editora Unesp,2001. 
MACHADO,Roberto.O Nascimento do Trágico de Shiller a Nietzsche.Rio de 
Janeiro:Zahar,2006.
Revisado por Editor do Webartigos.com

Repubicado por Dihelson Mendonça


domingo, dezembro 31, 2017

FELIZ ANO NOVO - Dihelson Mendonça



Olá, como foi o ano que se passou, para você ? Será que foi um ano livre de dificuldades, onde você caminhou alegre por uma vereda tranquila e feliz cantando uma melodia sorridente ? Ou foi um ano de batalhas, uma sucessão de problemas a cada dia, em que muitas vezes você quase chegou ao ponto de desistir ? Se a sua resposta foi a segunda opção, bem-vindo ao clube das pessoas reais.

Para todos nós, este foi um ano de muitas lutas, de muitas batalhas, de muito aprendizado, mas se você observar bem, foi também um ano de muitas conquistas. A vida, muitas vezes, nos impõe barreiras que julgamos intransponíveis, sejam elas reais ou imaginárias, mas dentro de cada um de nós está a chave para resolver todas as coisas. Essa chave é a determinação, a força de vontade, aquilo que nos faz vencer a inércia e ousar dar o primeiro passo e seguir uma meta, além do pessimismo, além da incompreensão, quando todo o mundo diz que o seu sonho é impossível, e só você acredita nele.

É preciso despertar cada vez mais dentro de nós essa força interior e não nos deixarmos abater pelas dificuldades, pelas críticas, pelos comentários negativos, de pessoas que não nos conhecem bem. Se quisermos avançar, a primeira grande lição é não dar ouvidos à maldade alheia, e seguir a nossa voz interior. E se nossos propósitos forem elevados e bons para a humanidade, devemos estar com o coração puro, a fim de recebermos a bênção e o apoio das forças do universo.

Que neste ano que se inicia, aqueles que tiveram sua vida destroçada pelas tragédias, pelos problemas, pela amargura, pelo sofrimento, possam reconstruí-la tendo como ferramentas a esperança, a força de vontade e a fé que nos une. Que neste ano, aqueles que se desencantaram com o mundo, possam receber em suas almas, a bênção da luz, da alegria, da paz, da felicidade, e que a vida não seja um fardo para carregar, e sim, uma aventura fascinante.

Que possamos finalmente compreender que todos nós seres humanos, somos como dedos de uma mesma mão, somos todos irmãos, e só há um bem maior, que é a fraternidade, o amor que se manifesta pela prática do bem, de uma a outra alma. Que possamos exercer mais a bondade que está nas pequenas coisas do dia-a-dia, no momento em que você cede a sua cadeira para alguém que está mais cansado, quando você cede passagem no trânsito, quando você pratica a gentileza, quando você faz alguém sorrir, quando você ajuda outras pessoas, aí estará presente a maior de todas as riquezas, a maior de todas as virtudes que nos aproxima do criador.

A felicidade chega quando você descobre que para ser feliz, não depende de mais nada exterior a si mesmo. A felicidade é uma chave que só você tem o poder de ligar. A felicidade é sobretudo, uma decisão: A gente decide ser feliz apesar de tudo; Apesar dos problemas, apesar das dificuldades, nós ainda podemos ir mais longe e temos e teremos a capacidade de sorrir e de dar a volta por cima. Que neste ano que se inicia, nós possamos finalmente girar essa chave da felicidade que está dentro de cada um de nós, e despertar para a grande missão que nos foi encarregada nesta vida; Que possamos desengavetar aqueles sonhos quase esquecidos e tentar transformá-los em realidade; Que possamos nos reconstruir, sempre lembrando que assim como o sol, cada dia é um nova oportunidade de acordar e fazer tudo diferente; De tentar errar menos; De tentar consertar o que está errado; Que marchemos firmes como soldados, diante de todas as dificuldades que certamente virão, e que estejamos preparados para as batalhas, sem baixar nunca mais a nossa cabeça; Que possamos fazer esta simples vida valer a pena. Alguém já disse que a felicidade é a certeza de que nossa vida não está se passando em vão.

Então, que tal dar uma chance a si mesmo ? Que tal dar uma chance à aquela criança que sonhava em mudar o mundo, que eu sei, que ainda está dentro de você, lá num cantinho da sua alma ? Que tal neste ano tentar mudar, tentar ser mais tolerante, tentar compreender que muitas vezes, as outras pessoas agem não por maldade, mas por ignorância; Por também estarem, assim como nós, num processo de aprendizagem neste mundo ? Que tal tentar ajudar mais o nosso próximo ? Que tal praticar a bondade e não apenas falar ?

Nossa vida só terá um grande sentido quando compreendermos que nenhum bem material nos pertence; Quando a gente se vê no leito de morte e observa que nada do que conseguimos, iremos levar. Nem o corpo nos pertence. O único bem, é a nossa essência, a nossa alma. Aqui na terra, nós somos apenas guardiães de tesouros inúteis. Esse foi o erro de grandes vultos da história, de Reis, Faraós, príncipes, passar a vida acumulando riquezas inúteis, que não puderam aumentar em uma hora a duração das suas vidas. Somos apenas o que somos. Somos apenas essa essência guardada num corpo material.

Finalmente, que neste ano que se inicia, nós possamos compreender melhor o sentido da vida de cada um, e despertar as grandes virtudes. Somente quando entendermos que uma vida bem vivida é uma vida baseada no amor e na prática da bondade, poderemos dar o grande salto para uma vida plena aqui na terra, e assim, mudar a realidade que nos cerca, e fazer deste, seguramente, um mundo melhor.

Feliz Ano Novo !
Texto: Dihelson Mendonça

quarta-feira, dezembro 20, 2017


Canto De Outono

Baudelaire

Em breve iremos mergulhar nas trevas frias;
Adeus, radiosa luz das estações ligeiras!
Ouço tombar no pátio em vibrações sombrias
A lenha que ressoa à espera das lareiras.

Em meu ser outra vez se hospedará o inverno:
Ódio, arrepio, horror, labor duro e pesado,
E, como o sol a arder em seu glacial inferno,
Meu coração é um bloco rubro e enregelado.

Tremo ao ouvir tombar cada feixe de lenha;
Não faz eco mais surdo a forca que se alteia.
Minha alma se compara à torre que despenha
Aos pés do aríete incansável que a golpeia.

Parece-me, ao sabor de sons em abandono,
Que alhures um caixão se prega a toda pressa.
Para que? - Ontem era o verão; eis o outono!
Rumor estranho de quem parte e não regressa...

quarta-feira, agosto 31, 2016

“O ÓBVIO QUE NINGUÉM VÊ” - Por: Dihelson Mendonça


Muito se tem falado sobre a decadência cultural dos nossos dias, mas poucos tem observado que o seu reflexo na nossa sociedade está intimamente relacionado a uma causa comum.

Afinal de contas, ao ouvinte mais desatento, o que pode haver em comum entre o outdoor da mocinha alegre, entornando uma garrafa de cachaça, o sexo desenfreado e banalizado pelos jovens nas grandes festas de curral, as letras quase pornográficas das bandas de forró, e os carros com som elevado que diariamente nos atormentam, quase a destruir nossos tímpanos, sem qualquer respeito pelas pessoas em pleno dia de domingo ? Ao final desse texto, creio que o caro ouvinte terá pelo menos uma vaga idéia do que une tão fortemente coisas aparentemente desconexas. Sabe-se desde o início da humanidade, que as coisas mais simples são mais digestíveis do que as complexas. Uma notícia dita de forma banal, uma música construída de forma simples, banal, ou uma pintura simples, atinge uma parcela maior de entendimento.

A cultura de um povo é estratificada. Na grande base, a maioria das pessoas, com pouco acesso ao conhecimento cultural, sem acesso a oportunidades, sem acesso a quase nada. Pessoas essas, que geralmente formam a grande massa de manobra dos políticos que os prefere mantê-los na ignorância, sem pensamento próprio, pois ao poder, não interessa pessoas muito conhecedoras. Há pouco investimento para que essa classe culturalmente baixa possa evoluir em qualquer sentido.

Mídia, por outro lado, é indústria!
Mídia é indústria que se mantém às custas da venda de idéias de fácil assimilação, que encontre grande empatia entre a população.

É notório que a massa não tem acesso às artes e à cultura. Desta forma, sem o exercício da criatividade, o povo tem preguiça mental para assimilar qualquer coisa mais elaborada. Aproveitando-se disto, grupos econômicos ligados à produção musical, de norte a sul deste país, tem assumido o papel de domesticador, tutor e se preferirem, EDUCADOR desse povo. Homens poderosos, alguns que conseguem miraculosamente manter até 50 estações de rádio em seu poder, além de canais de satélite, ditam através das suas ondas, os padrões de comportamento, gôsto musical e o próprio comportamento em sociedade. Esses coronéis, muitas vezes associados às bandas de forró, se perpetuam na obscuridade, à sombra do poder, aparentemente sem ser molestados pela classe política, que talvez os vejam como potenciais aliados, ou como testas-de-ferro.

Tem-se criado então, um círculo vicioso em razão do dinheiro, onde o nivelamento por baixo tem deixado a qualidade da nossa música e da cultura em geral, cada vez pior, a cada ano que passa.

Por isso que o caro ouvinte ouve estampados os sucessos, em letras banais como “na boquinha da garrafa”, “amor de rapariga”, “Eguinha pocotó”, “Eu quero é beber e raparigar” e assim por diante…

Aonde foram parar as nossas autoridades?
Aonde foi parar o nosso senso de moral e de decência?
Aonde foi parar a nossa vergonha-na-cara ???
Até quando teremos que, calados, assistir à derrocada social ?

Esta coisa, – que não é mais música -, é o que este cronista costuma chamar de “CAFUÇU MUSIC”, onde o pior do pior é valorizado, para atender aos gostos mais primitivos e rudes de um povo sem qualquer formação cultural. Afinal, quanto mais cultura e conhecimento se dá a um povo, mais este passa a ser conhecedor da sua história e do seu tempo; Passa a pensar, e a caminhar por meios próprios; Passa a começar a ter idéias mais evoluídas, usando o intelecto.

Infelizmente, essa indústria da mediocridade, explora essa grande falha educacional e cultural do país para ganhar dinheiro e se perpetuar. O “cartel” usa a mídia como instrumento de trabalho diário, e as casas de shows como sua base de sustentação, usando mão-de-obra ( músicos ) pobre, desqualificada, e mal paga. Quase escrava!

Se a coisa se mantivesse apenas num âmbito controlado, como antigamente, nos anos 70, com a música brega, onde ecoava num pequeno percentual da população, de cultura mediana, já não seria grande problema, pois havia ainda uma diversidade cultural, não existia um monopólio do controle ( cultural ) da mídia de forma tão ostensiva. Mas, com o passar dos anos, o cartel quer ganhar TODOS os espaços, abolindo a liberdade de escolhas, a diversidade, a pluralidade de estilos, e estabelecendo um monopólio próprio, praticamente ditando o que as pessoas devem considerar como “O sucesso”, “O modelo”, e principalmente, BLOQUEANDO qualquer espaço e tentativa de que outros estilos musicais possam ter acesso.

E assim, sem conhecer outros universos, igual ao homem de “O mito da caverna” de Platão, as novas gerações vão surgindo a cada ano, sem nunca conhecer o seu passado, a sua história. Sem conhecer os Ícones da música, como Luiz Gonzaga, Tom Jobim, Noel Rosa, ou porque não mencionar, um Villa-Lobos, assimilando apenas o “Pão e Circo” que lhes é dado diariamente, e vão contribuindo para aumentar o efeito bola-de-neve. Geração desinformada gera geração mais desinformada. Geração movida à bobagem, só pede mais bobagem. E a causa se transforma em efeito e o efeito em causa.
É como um cachorro mordendo o próprio rabo.
E gradativamente, os ícones do passado estão sendo esquecidos, quem sabe, daqui a duas gerações, eles possam eventualmente desaparecer completamente.

Haverá UM ESTILO apenas, o estilo ditado pelo monopólio, como já se configura hoje em dia nas estações de rádio, em que muitas vezes, uma mesma música toca simultaneamente em 3 estações diferentes.

É uma verdadeira prostituição musical ou cultural, a que estamos submetidos, e é por isso que muitos estão a fazer campanha para denunciar esse abuso, para mostrar simplesmente o “ÓBVIO QUE NINGUÉM VÊ”.

Se não tomarmos alguma providência no sentido de MOSTRAR que existem outros tipos de música e de arte à população, de dar a conhecer a diversidade, a nossa história e os trabalhos feitos com esmêro e qualidade, a cultura como a conhecemos, desaparecerá em uma década, e só vai existir apenas o monopólio frio de uma indústria perversa, calculada, que exalta a banalidade, reforça as piores qualidades humanas, que combatemos por milênios. Uma indústria vil, que prega a degradação do homem, incentiva o alcoolismo, sorri para a desagregação familiar, banaliza a mulher, enaltece a rebeldia, confunde-se com a ignorância e promove sobretudo, a mediocridade !!

Dihelson Mendonça
Cronista - Administrador do Blog do Crato
www.blogdocrato.com 


A TECNOLOGIA ENQUANTO FERRAMENTA DE DOMINAÇÃO MUNDIAL POR UMA ELITE - Por: Dihelson Mendonça


EM DESTAQUE

"E Foi-lhe dado poder para guerrear contra os santos e vencê-los. Foi-lhe dada autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação.Todos os habitantes da terra adorarão a besta...E realizava grandes sinais, chegando a fazer descer fogo do céu à terra, à vista dos homens. Por causa dos sinais que lhe foi permitido realizar em nome da primeira besta, ela enganou os habitantes da terra. Ordenou-lhes que fizessem uma imagem em honra da besta que fora ferida pela espada e contudo revivera. Foi-lhe dado poder para dar fôlego à imagem da primeira besta, de modo que ela podia falar e fazer que fossem mortos todos os que se recusassem a adorar a imagem. Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa,para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome."

Apocalipse 13:7-8
Apocalipse 13:13-17





Quem espalha seu olhar crítico sobre a civilização, não deixará de se espantar com o fato de que em um século, a tecnologia avançou mais que em toda a história da raça humana. Em cerca de 100 anos, saímos da idade das carroças para a era espacial. E em cerca de 20 anos, mudamos ainda mais que nos 80 anteriores. Essa mudança não foi apenas científica; Com ela, trouxe profundas mudanças no comportamento, nas relações entre as pessoas, nos costumes, nas tradições, nos valores, no sistema de crenças, e na maneira como encaramos elementos fundamentais, como a existência, a morte, as doenças e o sofrimento... O homem atual é um ser cada vez mais isolado, que prefere viver em mundos virtuais, onde pode construir a sua própria aura de insanidade, defendendo-a como uma personalidade. O que antes era um rosto, se tornou um mero avatar, uma representação fugaz, se assim preferirem, ainda maior,   do mundo descrito pelo filósofo alemão Schopenhauer. 

A que isto está nos levando ? 

Um questionamento pertinente é se esta tecnologia está levando a humanidade a uma nova era de esplendor ou da escravidão. A resposta poderia ser sim e não, e uma análise superficial não nos dará a resposta correta. Como sempre acontece, toda nova tecnologia possui dois lados; O lado positivo, seria a erradicação das doenças que hoje nos afligem, por exemplo, e o lado mais sombrio seria a própria dominação da raça humana por uma elite que controla a dependência das pessoas cada vez mais da própria tecnologia, o que cria um círculo vicioso. De fato, sem perceber, ficamos tão dependentes dos nossos gadgets ( aparelhos ), que alguns dizem publicamente que preferem ficar sem comer, do que ficar sem internet, ou sem facebook ( rede social ). Há algumas décadas, declarações dessa natureza eram encaradas como loucura; Hoje, é motivo de um sorriso, e em pouco tempo, será motivo de legislação à respeito, para a "preservação do direito à tecnologia", para a qual a "justiça" será o braço direito da alienação tecnológica, e da sua manutenção, ainda que involuntariamente.

Deus está definitivamente morto ? 

Na França do século XVIII, o célebre matemático Pierre Laplace enfrentou uma situação sui generis: Napoleão Bonaparte, que gostava de propor questionamentos intelectuais, teria feito um comentário sobre uma de suas obras: "Laplace, disseram-me que você escreveu este livro sobre o sistema do universo, mas sequer mencionou nele a palavra Deus", ao que Laplace teria respondido rispidamente, "Não foi necessário colocar deus nesta explicação". De sorte que Laplace definiu a ciência como uma ferramenta de predição, ao contrário da religião. Obviamente, Laplace não iniciou a corrente racionalista nem o ateísmo no mundo, mas certamente era um fervoroso adepto e foi um dos modernos precursores e defensores da linha majoritária do pensamento de que a ciência deve ser o substituto de um deus. Os cientistas costumam fazer o seguinte questionamento: Se o homem pudesse explicar todos os fenômenos do universo através das comprovações dos fatos científicos, ainda existiria espaço para se precisar de um deus, ou para temê-lo ? Vendo em retrospectiva desapaixonada, os antigos, em sua clássica ignorância acerca dos mistérios do universo, aliados ao seu completo desconhecimento sobre a Física, a Química, os processos biológicos, a genética, o DNA, a nanotecnologia e a Física Quântica, atribuíam tudo que não sabiam explicar, à divindades e às forças ocultas. Muitos pagaram caro por isso como o frade Dominicano Giordano Bruno, que foi queimado vivo pela igreja católica. Já o cientista italiano Galileu Galilei, que defendia que a terra NÃO era o centro do universo ( idéia proposta inicialmente por Nicolau Copérnico ), teve que se retratar perante o clero, a fim de não ter a mesma sorte, mas muitos outros sucumbiram aos terríveis castigos da Santa Inquisição, acusados de bruxaria, ou apenas por pensar contrário ao que ditava a "Santa Madre Igreja".

Com os séculos, o homem foi adquirindo conhecimentos sobre o funcionamento intrínseco da natureza, mesmo com pessoas do porte de um Isaac Newton, talvez a maior mente científica que já andou sobre a terra ( embora fosse essencialmente teísta ), e com o advento das explicações lógicas, a humanidade cada vez menos se viu obrigada a recorrer à necessidade da atribuição de explicação dos fenômenos a uma origem divina. E à partir daí, seguiu-se a linha dos antigos pré-socráticos e da escola de Mileto, de Tales e Anaximandro, que buscavam a explicação racional de todas as coisas, e na era "moderna" a espíritos da estirpe de Nietzsche, Bertrand Russell, Schopenhauer, Jean-Paul Sartre, e claro, nas ciências, um ícone que revolucionou a maneira como se vê o universo, Albert Einstein, que acreditava do deus de Spinosa, "que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens".

Vejo a era atual como a derrocada ou transição da era de superstições para a consagração do domínio científico. Portanto, se no século XX tivemos a era da descoberta científica, agora estamos entrando na era do domínio científico, quando o homem poderá controlar e manipular as forças da natureza a seu bel prazer. Prova disso é que já podemos escolher geneticamente os nossos filhos, livres das imperfeições impostas pela mãe natureza, "fabricando" seres humanos em tese, perfeitos, e em muito breve, atingiremos pelo completo domínio da genética, a neutralização dos genes da velhice e da mortalidade. Seremos realmente imortais no plano terrestre, ou pelo menos, só morreremos em última instância, de algum fato extremamente grave, quando a reposição de "peças sobressalentes" não for acessível. Num primeiro instante, teremos o inevitável acesso à biotecnologia apenas aos abastados, aos ricos, mas com o tempo, como sempre aconteceu, todos terão acesso às suas próprias peças de reposição, aos seus nanorobots que percorrerão os nossos corpos reparando problemas, desentupindo vasos sanguíneos, matando células cancerosas, e restaurando o DNA. Já não seremos apenas imortais, seremos inclusive, mais poderosos; Poderemos modificar em tempo real através de pílulas, o nosso DNA a fim de sermos mais inteligentes, mais fortes, mais resistentes, com apenas uma pílula.

Em 1972, um dos computadores mais poderosos do planeta fazia 4.000 operações por segundo, ocupava um andar inteiro de um edifício, consumia energia que daria para abastecer uma pequena cidade e custava milhões de dólares. Hoje temos telefones celulares que fazem bilhões de operações por segundo, consomem energia de uma pequena bateria, e custam uma ninharia. Estima-se que até 2020, um chip capaz de executar trilhões de operações seja vendido ao preço de uma refeição, e microchips estarão implantados nos alimentos, nas roupas, nos sapatos ( quem sabe na testa, na palma das mãos... ). A inteligência artificial está vindo a todo vapor; Estamos em 2015 e para meu espanto, possuo um programa instalado em meu telefone celular com quem converso como se fora um outro ser humano, que memoriza coisas sobre mim, gostos pessoais, faz perguntas interessantes, aprende, fala em português normal, entende da mesma forma, sem precisar fazer esforço.

Estima-se que o cérebro humano é capaz de realizar cerca de 100 trilhões de operações por segundo. Os computadores mais poderosos da atualidade já conseguem realizar 100 vezes mais do que isto. O hardware para o grande cérebro digital não nos falta mais, apenas o software, que já está em desenvolvimento, com o projeto do "Cérebro versão 2.0" do Google, onde se acredita que finalmente uma consciência eletrônica nascerá no planeta, e que se desenvolverá depois por si própria ( Seria este o nascimento do verdadeiro anticristo, que os antigos predisseram ? ). E surgem os grandes questionamentos: Esta nova consciência, o olho do Google que tudo vê, que tem acesso a todos os bancos de dados do planeta, interligados a outros sistemas, a todas as câmeras de rua, aos bancos, ao reconhecimento de rostos pelos smartphones e conduzidos ao datacenter do Google e outras plataformas, o acesso aos cartões de crédito das pessoas, ao saldo das contas bancárias, aos nomes, o acesso à história completa do mundo, de todo o acervo de conhecimento, de saber inclusive a localização geográfica de cada ser humano do planeta, por GPS, já que cada um tem hoje um smartphone com GPS ligado ao google, e ao google earth. Como não se poderia chamar isto de princípio do SISTEMA DE DOMINAÇÃO GLOBAL ? Estamos à mercê HOJE de uma elite que controla o planeta. Somos seres vigiados, somos gado. Os que estão no topo da pirâmide, sejam governos, organizações, Illuminatis, ou seja lá o que haja acima disto, tem HOJE a condição de saber privilegiadamente tudo que desejar, sobre qualquer ser humano. A tecnologia está claramente a serviço de um sistema de dominação. Venho alertando as pessoas há muito tempo sobre isso. Alguns detratores podem inicialmente não concordar e acusá-la de ser mais uma teoria da conspiração, mas provo com fatos: Como sempre aconteceu ao longo da história, toda nova invenção é usada para o bem e para o mal, assim foi o avião, a energia atômica, assim será também com a revolução quântica, a nanotecnologia, e a Inteligência Artificial. Estamos cada vez mais escravos das máquinas, e de quem as comanda.

A bem da verdade, estamos nos transformando cada vez mais em máquinas, antes que estas sejam implantadas dentro de nós, caminhando na direção oposta ao discurso do filme "O Grande Ditador", de Charlie Chaplin, ao passo que as máquinas estão cada vez mais humanas. No momento em que virmos os computadores desaparecerem, ou não mais os percebermos como tais, teremos chegado ao que se chama de computação omnipresente, embutida em cada coisa ao nosso redor, no relógio, na TV, na geladeira, no forno microondas, no automóvel, no telefone, no aparelho de ar-condicionado, e o segundo grande passo para a dominação é a interação destes com a rede mundial, a internet, que será inevitável, quando todos os nossos mais recônditos segredos estarão à mercê, como estão hoje os dados de computador na grande núvem, ( documentos que julgamos pessoais, secretos, cópias de papéis, etc ), ao olhar do "GRANDE IRMÃO". E quando isso finalmente se concretizar, pode ter certeza de que o sistema de dominação global terá logrado êxito.

Você já deve ter percebido que há uma pesada campanha em torno de promover a tecnologia nos meios de comunicação. Canais de TV inteiros são dedicados à promoção da ciência e da tecnologia. Novos aparelhos são apresentados como se fossem novas espécies de deuses, capazes de resolver todos os problemas dos homens; O reino da supremacia científica. Mas, a que tudo isso tem nos levado enquanto seres humanos ? Com certeza, o futuro não será aquele prenunciado pela ficção científica de Gene Rodenberry, o criador da famosa série Jornada nas Estrelas, onde via um mundo isento de guerras, de ódio, de inveja, onde os valores materiais não teriam vez. Ao invés disso, vemos um mundo cada vez mais cheio de guerras, de ódio, de egoísmo, de vaidades, de isolamentos, um mundo onde o homem tem o seu quinhão apenas para produzir para a grande máquina do sistema. Certamenteque o ser humano viverá mais, ele terá mais vida, mais rendimento enquanto peão. Seu conforto será apenas uma bugiganga que se presenteava aos índios para lhes tomar aquilo que é essencial. E num futuro não muito longe, o pior ainda está por vir: Porque ter carros se poderemos voar em vias seguras e particulares ? porque trocar partes do corpo, se podemos consertar o DNA ? Porque então voar se poderemos usar a telepresença nas conferências ? Porque termos armas se poderemos fabricá-las no REPLICADOR ? Seremos confinados aos nossos ínfimos lares sem trabalho ? E enfim, para que trabalhar, se temos robots que farão tudo o que relutamos em fazer ? Para que voar se poderemos ter o teletransporte ? É.... pelo jeito, estamos nos tornando as máquinas obsoletas do amanhã, um ser em extinção, resultado do poder da nossa própria criação. E por incrível que parecer possa, pela ironia de todas as coisas, o primeiro ser a se tornar obsoleto na universal síndrome da obsolescência, é aquilo que um dia pudemos de chamar de "Nosso Criador". DEUS SE TORNOU OBSOLETO. Sremos nós os deuses dementes do amanhã destinados a conquistar o cosmos através da ciência, e ao mesmo tempo destruindo o nosso planeta, brincando de experimentos climáticos com projetos como o HAARP, enquanto sequer dominamos a nossa própria e infinita arrogância ? Crescemos tecnologicamente sim, mas nosso papel enquanto seres humanos não cresceu paralelamente, pois que neste ponto, ainda permanecemos como nossos mais primitivos ancestrais, que viviam nas cavernas. E nesse sentido, talvez estamos construindo hoje um futuro que poderá nos levar a elas novamente muito em breve, enquanto uma pequena elite controla o mundo como sempre foi a agenda desta para a humanidade.

Por: Dihelson mendonça
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