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terça-feira, novembro 01, 2011

Conversas Musicais - Os maiores pianistas da nossa geração

É complicado fazer listas, porque sempre cometemos o equívoco de esquecermos alguém, mas na área de piano erudito, sem dúvida alguma, esses nomes estão na selecta lista dos maiores intérpretes do nosso tempo:

Boris Berezovsky
Nikolai Lugansky
Evgeny Kissin
Lazar Berman
Lang lang

Depois falarei detalhadamente sobre cada um deles. Berezovsky merece o meu respeito quando possui uma das melhores gravações dos Estudos Transcendentais de Liszt, ao lado de Berman. Lugansky possui um domínio bastante bom das sonoridades do instrumento e tem uma qualidade essencial ao músico: equilíbrio. Lang Lang é um pianista controverso, ora eu amo, ora odeio suas interpretações. Entendam, o cara TOCA tudo ( como aliás, todos da lista ), mas o mundo do sucesso e do "super star" lhe subiu demais à sua cabeça chinesa. Lang Lang hoje toca para um público fácil, ávido por espetáculos de técnica gratúita, mas diferente de Volodos, que é impecável e não se rende a esses apelos, ele faz o gênero, se contorcendo todo sem a menor necessidade. Mas é pianista capaz de tocar qualquer coisa, não obstante.

De volta ao lado da seriedade, talvez um dos mais completos da atualidade, ao lado dos dois outros grandes pilares do mundo, que são Marc-Andre Hamelin e Arcadi Volodos, é o Evgeny Kissin, um prodígio remanescente da escola de um Ivo Pogorelich ou mesmo Vladimir Ashkenazy, possui para mim, a técnica mais apurada, os dedos mais ágeis, potentes sonoridades somente antes encontrada em pessoas do nível de um Horowitz ou Arhur Rubinstein, todos russos. Ah! esses russos danados! A escola russa de piano de Yudina, de Sofronitsky, de Emil Gilels é uma das mais belas, mais ricas e que trouxe muita gente boa desde a criação do conservatório de São Petersburgo e dos irmãos Rubinstein no século XIX.

Aqui vemos hoje Kissin tocar um dos mais belos estudos de Scriabin, o Op 8 número 12. Reparem na perfeição das oitavas, na clara diferenciação temática, nas grandes variações dinâmicas e na profunda expressividade que ele arranca do piano, chegando no clímax ao final, como deve ser, aliás, esta fenomenal peça do inigualável Alexander Scriabin:




Por: Dihelson Mendonça

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