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domingo, agosto 16, 2009

Blog-VITROLA : Nelson Gonçalves - Hoje quem Paga sou eu. O intérprete Brasileiro do tango.


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- O "BlogVitrola" foi um quadro que lançamos no Blog do Crato em 2007. E essa edição, vale a pena ouvir de novo. Para evitar ouvir 2 sons ao mesmo tempo, pare antes o player da Rádio Chapada do Araripe.



O BlogVitrola de hoje homenageia um dos grandes ícones da história da interpretação da Música Popular Brasileira. O cantor Nélson Gonçalves.

Antônio Gonçalves Sobral, mais conhecido como Nélson Gonçalves, (Santana do Livramento, 21 de junho de 1919 — Rio de Janeiro, 18 de abril de 1998) foi um cantor brasileiro. Segundo maior vendedor de discos da história do Brasil, com 65 milhões de unidades, fica atrás apenas de Roberto Carlos, com oitenta milhões. Seu maior sucesso foi a canção A volta do boêmio. Nascido no Rio Grande do Sul, mudou-se com os seus pais portugueses São Paulo, no Brás. Quando criança, era levado, para praças e feiras pelo seu pai, que fazendo-se de cego, tocava violino, enquanto ele cantava. Foi jornaleiro, mecânico, engraxate, polidor e tamanqueiro. Foi também lutador de boxe na categoria peso-médio, recebendo aos dezesseis anos o título de campeão paulista.

Mesmo com o apelido de "Metralha", por causa da gagueira, decidiu ser cantor. Em uma de suas primeiras bandas, teve como baterista Joaquim Silva Torres. Foi reprovado duas vezes no programa de calouros de Aurélio Campos. Finalmente foi admitido na rádio PRA-5, mas dispensado logo depois. Nesta época, casou-se com Elvira Molla e com ela teve dois filhos. Sem emprego, trabalhou como garçom, no bar do seu irmão, na avenida São João. Seguiu para o Rio de Janeiro em 1939, onde trilhou mais uma vez o caminho dos programas de calouros. Foi reprovado novamente na maioria deles, inclusive no de Ary Barroso, que o aconselhou a desistir. Finalmente, em 1941, conseguiu gravar um disco de 78 rotações, que foi bem recebido pelo público. Passou a crooner do Cassino Copacabana Palace e assinou contrato com a Rádio Mayrink Veiga, iniciando uma carreira de ídolo do rádio nas décadas de 40 e 50, da escola dos grandes, discípulo de Orlando Silva e Francisco Alves.


Alguns de seus grandes sucessos dos anos 40 foram Maria Bethânia (Capiba), Normalista (Benedito Lacerda / Davi Nasser), Caminhemos (Herivelto Martins), Renúncia (Roberto Martins / Mário Rossi) e muitos outros. Maiores ainda foram os êxitos na década de 50, que incluem Última Seresta (Adelino Moreira / Sebastião Santana), Meu Vício É Você e a emblemática A Volta do Boêmio (ambas de Adelino Moreira). Na década de 50, além de shows em todo o Brasil, chegou a se apresentar em paises como Uruguai, Argentina e Estados Unidos, no Radio City Music Hall. Em 1952, casou-se com Lourdinha Bittencourt, substituta de Dalva de Oliveira no Trio de Ouro. O casamento durou até 1959. Em 1965, casa-se de novo, COM Maria Luiza da Silva Ramos, com quem teve dois filhos, Ricardo da Silva Ramos Gonçalves e Maria das Graças da Silva Ramos Gonçalves. A caçula tem seu apelido no refrão da música Até 2001. (É no gogo gugu).

No entanto, o seu envolvimento com a cocaína, em 1958, tendo, inclusive, sido preso em flagrante em 1965 e passado um mês na Casa de Detenção, o que lhe trouxe problemas pessoais e profissionais. Superada a crise, lançou o disco A Volta do Boêmio nº1, um grande sucesso. Após abandonar o vício com o apoio de sua mulher, retomou uma carreira bem sucedida. Continuou gravando regularmente nos anos 70, 80 e 90, reafirmado a posição entre os recordistas nacionais de vendas de discos. Além dos eternos antigos sucessos, Nelson Gonçalves sempre se manteve atento a novos compositores, e chegou a gravar canções de Ângela Rô Rô (Simples Carinho), Kid Abelha (Nada por Mim), Legião Urbana (Ainda É Cedo) e Lulu Santos (Como uma Onda). Ganhador de um prêmio Nipper da RCA, dado aos que permanecem muito tempo na gravadora, sendo somente Elvis Presley outro agraciado. Durante sua carreira, gravou mais de duas mil canções, 183 discos em 78 rpm, 128 álbuns, vendeu cerca de 78 milhões de discos, ganhou 38 discos de ouro e 20 de platina.

Morreu de parada cardíaca no apartamento de sua filha Margareth, no Rio de Janeiro.


Fonte: Wikipedia.

Nossa Homenagem:
Hoje Quem Paga Sou Eu

Clique no player para escutar e relembrar:




Nelson Gonçalves

Composição: Herivelton Martins e David Nasser

Antigamente nos meus tempos de ventura
Quando eu voltava do trabalho para o lar
Deste bar alguém gritava com ironia:
"Entra mano, o fulano vai pagar"
Havia sempre alguém pagando um trago
Pelo simples direito de falar
Havia sempre uma tragédia entre dois copos
Nas gargalhadas de um infeliz a soluçar
Eu sabia que era um estranho desse meio
Um estrangeiro na fronteira desse bar
Mas bebia, outros pagavam e eu partia
Para o mundo abençoado do meu lar

Hoje, faço deste bar a sucursal
Do meu lar que atualmente não existe
Tenho minha história pra contar
Uma história que é igual, amarga e triste
Sou apenas uma sombra que mergulha
No oceano de bebida, o seu passado
Faço parte dessa estranha confraria
Do vermuth, do conhaque e do traçado
Mas se passa pela rua algum amigo
Em cuja porta a desgraça não bateu
Grito que entre neste bar beba comigo
Hoje quem paga sou eu!


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