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Asco
Talvez não haja afinal, no mundo
lar ideal à minh'alma inquieta
nem cabeças a compreender a fundo
o músico, o cientista e o poeta
De frias notas me alimento
-pesados fardos que carrego insone-
amargos frutos de um sabor intenso
que sorvo vorazmente qual ciclone
Ser pó, e tentar antes, ser homem
em meio à peste de um século podre
abandona-me o coração cheio de ânsia
Pois busco a verdade em lajes frias
para encontrar afinal apenas a antipatia
dos cadáveres do mundo e a sua ignorância
Dihelson Mendonça
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sexta-feira, agosto 28, 2009
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