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sexta-feira, novembro 20, 2009

CD e Livro: A Busca da Perfeição

"Fazer música, é traduzir o Universo!"

NE - Artista Caririense com 29 anos de carreira, reconhecido no Brasil e no Exterior, CD na mão, não é convidado para a Mostra SESC. Qual é a Política e o porquê ?

Uma coisa interessante acontece na região do Cariri. Tenho notado que eventos culturais e artísticos são realizados ( e já são coisa rara ), mas quando isso acontece, parece existir sempre uma espécie de POLÍTICA em quem irá participar desses eventos. E não me refiro aqui apenas á corrente Mostra SESC, mas a diversos outros. Mas em específico, por exemplo, não é por falta de conhecimento da parte dos organizadores da Mostra SESC Cariri de Cultura que em 11 anos de sua existência, Eu e meu grupo musical, que possuo um trabalho autoral de música instrumental bastante elogiado pela crítica do Sul do país, jamais fui convidado para fazer parte dessa tal mostra SESC.

Eu aguardei muitos anos para fazer esta ponderação aqui de público, por entender que um dia ainda chegaria a minha vez. Mas não. Estou com meu próprio CD na mão, lançado no início de 2009, e modéstia à parte, um trabalho belíssimo, que reúne Música, Poesia e Artes Visuais. Coisa para quem realmente entende de arte em toda a sua expressão, e alinhado com os propósitos da Mostra SESC. Não fiz esse trabalho voltado aos leigos, e sim às cabeças pensantes ainda existentes espalhadas por esse país imenso. Nada mais justo do que ser convidado para expor esse trabalho, que além do CD, acompanha um livro fotográfico de 100 páginas com poesia e outros textos de mais de 30 participantes que muito enobrecem a Arte Caririense. O CD e o Livro que o acompanha é uma espécie de tributo à arte e ao Pensamento. Não só Caririense, mas Universal, já que trata dos grandes questionamentos humanos traduzidos em arte conceitual e experimentalismo sonoro.

Tenho visto ao longo dos anos que na Mostra SESC tem prevalecido, aparentemente, o pessoal de fora. Há quem diga até que essa é uma Mostra IMPORTADA, pois o espaço reservado ao pessoal do Cariri ainda é bastante restrito. Do que se conclui que das duas uma:

01 - Ou podemos concluir que há uma Ignorância em relação a quem faz Arte no Cariri.
02 - Ou os organizadores da Mostra SESC são muito mal-intencionados em excluir propositalmente os artistas do Cariri ou reduzir seu espaço de atuação.

E eu não falo apenas por mim. Temos outros artistas igualmente talentosos, como o violonista Cleivan Paiva, que possui um trabalho musical artístico belíssimo, 3 CDs lançados. Sucesso de Público e Crítica. Só quem não ouviu falar ainda em Cleivan Paiva, é quem não entende NADA de Arte, isto é, geralmente os cabeças de planilha que organizam eventos. Um músico que tem uma história dentro da Música Instrumental Brasileira. Temos muitos outros artistas, a exemplo também do Trio Zero Grau, com Ibbertson Nobre, temos o Luiz Carlos Salatiel, temos enfim... tanta gente excluída aí da parte musical da Mostra SESC, que somos forçados a pensar que essa exclusão se dá de modo proposital, já que todos nós estamos preparados para atender a qualquer convite feito pelos organizadores, já que somos do Cariri. Essa mostra vem para o Cariri e é para o Povo do Cariri.

Quero me solidarizar com Cacá Araújo e sua Guerrilha, uma verdadeira Mostra paralela que ele e seus companheiros realizaram durante o período da Mostra SESC, contendo peças de, por e para o nosso Cariri. Quero me solidarizar e externar a minha simpatia a esse movimento de verdadeiros guerrilheiros que não se contentando em esperar que um dia a Mostra SESC resolva incluir os artistas do teatro local também, partiram para abrir o seu próprio negócio, e estão mais do que certos! Se nós enquanto artistas do Cariri não lutarmos por nosso espaço, já vi que ninguém luta mesmo. Porque os que seriam para nos contratar, preferem trazer sempre o pessoal de fora. Num evento em que poderia ser a APOTEOSE da Cultura Caririense! - Em comentário recente no Blog do Crato, o artista Cacá Araújo externou também a sua indignação com a Mostra SESC, quando disse que os artistas precisariam se unir, a fim de ganhar outros espaços; Por exemplo, estendendo a guerrilha à ExpoCrato, montando um grande palco de atrações paralelas. Está certíssimo! Essa idéia eu já falei aqui há tempos, inclusive no ano passado, procuramos a administração municipal com a idéia, mas não foi possível realizar. Vamos lutar para que durante a ExpoCrato, durante a Mostra SESC, Durante todos os eventos IMPORTADOS que se caracterizam por se dedicarem a coisas culturais, nós possamos colocar os artistas e a cultura do Cariri também. Se não dentro do próprio evento, que façamos nosso próprio evento paralelo.

Para quem não conhece ainda o meu trabalho em CD e Livro, disponibilizo a seguir umas poucas páginas do livro fotográfico, que pode ser adquirido na Loja de CDs "Amilton Som" em Crato, que despacha também via correios:

CD e LIVRO: A BUSCA DA PERFEIÇÃO - Dihelson Mendonça

Trabalho autoral de Dihelson Mendonça e mais de 30 colaboradores. Reúne Música, Literatura e Artes Visuais em um CD e livro fotográfico de mais de 100 páginas. Um trabalho de arte conceitual que merece estar nas mãos de todos aqueles que sabem apreciar a ARTE. A seguir, algumas das mais de 100 páginas de poemas do livro que acompanha o CD:


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Um trabalho sobre a Existência Humana...

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A Imaginação...

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As relações cósmicas

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As Religiões e as Crenças...

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As Filosofias...

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O Enigma da Arte

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A Ciência e os Dogmas

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A música enquanto vibração do universo

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Um trabalho conduzido por inúmeras mãos...

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Onde a Arte...

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...é levada ao seu devido Templo !

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CD e Livro - A Busca da Perfeição

Produzido e dirigido por Dihelson mendonça
Arte gráfica: Soma9 Arte & Mídia
Concepção: Dihelson Mendonça
Realização: Reginaldo Farias
Fotografia: Dihelson mendonça e Pachelly Jamacaru

Já à venda em Amilton Som - Crato - CE - Vendas pelos correios.

domingo, novembro 01, 2009

Um pensamento:



"A morte não tem poder algum sobre aquele que não a teme..."

Dihelson Mendonça

sexta-feira, outubro 23, 2009

Dihelson Mendonça interpreta Franz Liszt ao Piano - Rhapsódia Húngara # 15

22 de Outubro - Aniversário de Franz Liszt - Homenagem

Em 22 de Outubro de 1811 em Raiding, Hungria, nascia o maior pianista de todos os tempos: Franz Liszt. A homenagem que eu quero fazer a liszt hoje é tocar uma de suas principais peças: A Rhapsódia Húngara Número 15, mais conhecida como Marcha Racokzi. Na verdade, essa composição deriva de uma composição tradicional na Hungria, assim como a maioria das suas Rhapsódias. O termo rhapsódia em música, se refere a uma obra contendo partes de outras peças. Liszt compôs 19 rhapsódias húngaras. Com o tempo, eu irei falando aqui no Blog sobre a vida e a obra desse extraordinário músico. Na minha opinião, na música, um dos maiores gênios da humanidade. E como ser humano, um dos raros. Ajudou praticamente todos os seus colegas contemporâneos, de Chopin, a Schumann, e foi ele quem estendeu a mão e projetou Richard Wagner. Os seus poemas sinfônicos, especialmente Les Preludes são magistrais. Afora isso, conta com mais de 700 peças, que foram gravadas recentemente pelo pianista inglês Leslie Howard. Na minha homenagem a Liszt, toco a Rapsódia Húngara # 19, gravada por ocasião de um concerto no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Fortaleza, muitos anos atrás, e com um teclado digital ( aliás, que falta faz um piano "de verdade" para encorpar e dar dimensão a essas interpretações ).

Clique no Player abaixo ( pause antes o player da Rádio Chapada do Araripe ):



Franz Liszt (pronuncia-se Lisst), em húngaro Liszt Ferenc, (Raiding, Boêmia, 22 de outubro de 1811 — Bayreuth, 31 de julho de 1886) foi um compositor e pianista teuto-húngaro do Romantismo. Liszt foi famoso pela genialidade de sua obra, pelas suas revoluções ao estilo musical da época e por ter elevado o virtuosismo pianístico a níveis nunca antes imaginados. Ainda hoje é considerado um dos maiores pianistas de todos os tempos, em especial pela contribuição que deu ao desenvolvimento da técnica do instrumento. Franz Liszt nasceu em 22 de outubro de 1811 no vilarejo de Raiding (em húngaro: Doborján) no Reino da Hungria (então no Império Habsburgo, hoje parte da Áustria), no comitato de Oedenburg (em húngaro: Sopron). Foi batizado em latim com o nome "Franciscus", mas seus amigos mais próximos sempre o chamaram de "Franz", a versão alemã de seu nome. Era chamado de "François" em francês, "Ferenc", "Ferencz" ou "Ferentz" em húngaro; no seu passaporte húngaro de 1874, o nome registrado era "Dr. Liszt Ferencz". Seus pais eram Adam e Anna Maria Liszt.

Liszt cresceu em Raiding, parte de Burgenland. A língua tradicional daquela região era alemão, e apenas uma minoria sabia falar húngaro. Oficialmente, latim era utilizado. Seu pai, Adam Liszt, tivera aulas em húngaro no ginásio de Pressburg (agora Bratislava, capital da Eslováquia), mas ele não aprendeu quase nada nelas e sempre tinha notas terríveis. Apenas a partir de 1835 as crianças de Raiding passaram a ter aulas de húngaro na escola. O próprio Liszt era fluente em alemão, italiano e francês; também tinha um pequeno domínio de inglês, mas seu húngaro era muito precário. Nos anos 70, quando todos os habitantes da Hungria foram forçados a aprender húngaro, Liszt tentou aprendê-lo, mas desistiu depois de algumas aulas. A nacionalidade de Liszt foi causa de muita intriga e discussão. De acordo com pesquisas, seu bisavô, Sebastian List (o pai de Liszt acrescentou a letra "z" ao sobrenome da família, e esta versão foi adotada pelo avô de Liszt), era um alemão que resolveu morar na Hungria no Séc.XVIII. Como a nacionalidade de uma pessoa nascida na Hungria na época era herdada, seu avô e seu pai, Georg List e Adam List também seriam alemães. Seguindo este raciocínio, Liszt também deveria ser considerado alemão. A mãe de Liszt era austríaca, e a cidade de Liszt hoje pertence à Áustria.

Hoje, ele é considerado alemão por algumas pessoas, mas quando perguntado sobre sua nacionalidade, Liszt sempre respondia com orgulho que era húngaro, mesmo sem sequer falar a língua; durante toda sua vida usou seu passaporte húngaro para viajar. Este fato fez com que ainda hoje a maioria pense que ele era completamente húngaro.

Início da vida

Era sonho do próprio Adam Liszt se tornar músico. Estudara Piano, Violino, Guitarra e Violoncelo. No inverno entre 1797 e 1798, enquanto estudava Filosofia na Universidade de Pressburg, ele estudou instrumentação com Paul Wigler; infelizmente, devido à sua falta de recursos financeiros, teve de desistir dos estudos. Logo no dia 1 de janeiro de 1798, ele passou a trabalhar para o Príncipe Nikolaus II Esterházy. Entre 1805 e 1808, ele trabalhou em Einsenstadt, onde o Príncipe Esterházy (que vivia em Viena) tinha uma casa de férias com uma orquestra. Até 1804 essa orquestra foi regida por Franz Joseph Haydn, e a partir desta data até 1811, por Johann Nepomuk Hummel. Em várias ocasiões, Adam Liszt tocou nela como segundo Violoncelista. Em 13 de setembro de 1807, a orquestra executou a Missa em Dó Maior de Ludwig van Beethoven, regida pelo próprio. Adam Liszt conhecia Haydn, Hummel e Beethoven. Para ele, os vienenses clássicos haviam atingido o nível de musicalidade mais alto.

O próprio Liszt, quando adulto e artisticamente maduro, freqüentemente falava que as experiências musicais mais importantes de sua infância foram as performances de artistas ciganos. Porém, o repertório que ele teve de estudar no Piano era bem diferente da música dos ciganos. Uma carta de 13 de abril de 1820 de Adam Liszt para o Príncipe Esterházy diz que ele comprou cerca de 8800 páginas de partituras dos maiores mestres da música. Durante os 22 meses que se seguiram, Liszt já havia estudado as obras mais tecnicamente complexas de Johann Sebastian Bach, Wolfgang Amadeus Mozart, Beethoven, Hummel, Muzio Clementi, Johann Baptist Cramer, dentre outros. Já que o garoto já havia ficado doente várias vezes, é impressionante saber que ele tocou todas estas obras, mas ele havia começado no verão de 1818, mais ou menos com sete anos. Progrediu extraordinariamente rápido. Em outubro de 1820, no velho cassino de Ödenburg, ele participiu de um concerto do Violinista Baron van Praun, este também um prodígio. Na segunda parte do Concerto, Liszt tocou um Concerto em Mi Bemol Maior de Ferdinand Ries, e uma improvisação dele mesmo, com muito sucesso.

Em novembro de 1820, Adam Liszt teve uma oportunidade ainda maior de mostrar ao público o dom de seu filho. Em Pressburg, a Dieta se encontrou pela primeira vez após um rompimento de 13 anos. Em 26 de novembro, Liszt deu um concerto para uma platéia de aristocratas e membros da alta sociedade. Um grupo de magnatas assegurou um pagamento anual de 600 Gulden durante seis anos para que o garoto pudesse estudar no exterior.

Adam Liszt já havia pedido ajuda ao Príncipe Esterházy em 4 de agosto de 1819 para educar seu filho. Nessa petição, ele estimou um gasto anual que ficaria entre 1300 e 1500 Gulden. Ele não esperava que o Príncipe fosse pagar essa quantia, mas também pediu uma posição em Viena. Assim, Adam poderia ganhar dinheiro por conta própria enquanto seu filho teria aulas com um grande mestre do Piano. A petição foi apoiada por Hofrat Johann von Szentgály, um oficial. Mas como não havia vagas para o trabalho em Viena, a petição foi negada pelo Príncipe. Os 600 Gulden oferecidos pelos magnatas em novembro de 1820 eram insignificantes comparados aos gastos de 1500 Gulden anuais. Nada aconteceu pelo próximo um ano e meio. Em 6 de maio de 1822, Adam Liszt pediu em uma petição por um ano de ausência. Quando o Príncipe aceitou esta, Adam Liszt já havia vendido tudo que ele possuía em Raiding. Em 8 de maio de 1822, a família Liszt foi para Viena.

Acima: Foto do Pianista Dihelson Mendonça

Em Viena, o jovem Liszt freqüentou aulas de Piano com o grande Carl Czerny, que fora aluno de Beethoven em sua juventude. Czerny comentou em seu "Lebenserinnerungen" (Memoires) que ficou impressionado com o talento de Liszt ao Piano, mas que o garoto não tinha qualquer conhecimento de dedilhados apropriados, e seu jeito de tocar era caótico. Czerny, de primeira, mostrou a Liszt algumas das Sonatas mais fáceis de Clementi e mandou tocá-las. O garoto tocou-as sem qualquer dificuldade, mas não entendia que tinha de trabalhar nos detalhes da execução e da expressividade. O professor e seu aluno também tinham opiniões diferentes quanto a dedilhados usados para as obras tocadas. Há boatos de que o garoto em uma tentativa de escapar das odiadas aulas escreveu dedilhados complexos e difíceis para as obras e os mostrou ao seu pai, alegando que eles haviam sido escritos por Czerny. Havia se tornado "óbvio" que Czerny não tinha noção do que manda seus alunos fazerem, e Liszt deveria parar de ter aulas com ele. Após isso, Adam Liszt conversou com Czerny e seu filho, e as aulas prosseguiram.

Pouco depois, Liszt foi ouvido em círculos privados. Sua estréia em Viena foi em primeiro de dezembro de 1822, em um concerto na "Landständischer Saal". Liszt tocou um Concerto em Lá Menor de Hummel e também uma improvisação numa Ária da Ópera de Rossini "Zelmira" e também o Allegretto da 7ª Sinfonia de Beethoven. Em 13 de abril de 1823, ele deu um concerto famoso na "Kleiner Redoutensaal". Dessa vez, tocou um Concerto em Si Menor de Hummel, variações de Moscheles e uma improvisação dele mesmo. Diz uma lenda que Beethoven ficou tão impressionado com a técnica e o virtuosismo precoce do garoto que o parabenizou no palco, dando-lhe um beijo na testa. Porém, algumas fontes dizem que Beethoven nem sequer subiu ao palco, e alguns registros de Beethoven mostram que ele não compareceu ao concerto.

A partir de julho de 1822, Liszt passou a ter aulas de composição com Antonio Salieri. De acordo com uma carta de Salieri ao Príncipe Esterházy que data de 25 de agosto de 1822, até então ele havia introduzido o garoto a alguns elementos da teoria musical. Mais aulas viriam depois destas. Já que os admiradores do garoto o tratavam como um novo Mozart ou Beethoven, Salieri havia aceitado uma tarefa nada fácil.

Na primavera de 1823, quando o ano de ausência concedido a Adam Liszt estava chegando ao fim, Adam Liszt pediu em vão ao Príncipe mais dois anos. Adam mais tarde pediu demissão ao Príncipe, e no fim de abril de 1823, a família voltou pela última vez à Hungria. Liszt deu concertos em Peste nos dias 1 e 24 de maio. Também participou de concertos nos dias 10 e 17 de maio no "Königliches Städtisches Theater" e em 19 de maio na "vergnügliche Abendunterhaltung" (uma tarde entretiva de música). Neste último evento, Liszt tocou um arranjo para Piano da Marcha de Rackózy, algumas danças húngaras e peças de Csermák, Lavotta e Bihari. No fim do mês, a família voltou a Viena.

Principais Obras

* 19 Rapsódias Húngaras para Piano (posteriormente orquestradas);
* 12 Estudos de Execução Transcendental;
* Sonata em Si Menor;
* Sinfonia Fausto;
* Sinfonia Dante;
* Concerto para Piano Nº1;
* Valsa Mephisto Nº1

Foi o criador do Poema Sinfônico, muito popular no século XIX. No campo da música sacra, salienta-se as 4 oratórias, S. Isabel, S.Stanislaus(incompleta), Christus, e a vanguardista Via Crucis. Escreveu duas sinfonias, a Sinfonia Dante, inspirada na Divina Comédia de Dante Alighieri, e a Sinfonia Fausto, composta por diferentes quadros que caracterizam as personagens de Fausto, do escritor romantico alemão Goethe. Liszt também possui inúmeros lieder, e peças para música de camara, das quais se deve destacar as para violino e piano.

A sua Sonata em Si menor, apesar de não ter agradado a Johannes Brahms, que diz ter adormecido durante a sua execução, é provavelmente a obra maior do compositor húngaro. Também muito populares são suas rapsódias húngaras para piano. A Rapsódia n.2, a mais conhecida delas, tornou-se muito popular até como trilha sonora de desenhos animados.

Fonte adicional: Wikipedia

Por: Dihelson Mendonça

terça-feira, outubro 13, 2009

Maravilhosa versão de "Love for Sale" de Cole porter




Existem muitas versões do grande clássico do Jazz eternizado por Miles Davis naquelas seções de 1958. Mas eu estive aqui ouvindo meus discos e me deparei com uma versão recente que é puro sentimento. Com o grande, inigualável organista Joey DeFrancesco do seu álbum "Falling in Love Again". A cantora, também incrível, é um tanto desconhecida, mas que bela voz: Joe Doggs, e a turma toda é formada por:

Joey DeFrancesco (Hammond b-3 organ); Joe Doggs (vocals); Pat Martino, Ron Eschete, Kevin Eubanks (guitar); Ralph Moore, Red Holloway (tenor saxophone); Elijah Davis (trumpet); Jeff Hamilton, Byron Landham (drums); Ramon Banda (congas).

Vale a pena conferir no Player acima!

Dihelson Mendonça

ISLAMEY de Balakirev - Uma das peças mais difíceis, para piano.




Islamey, fantasia oriental, composta pelo compositor russo Mily Balakirev é uma peça geralmente considerada uma das de mais difícil execução para piano. Poucas pessoas no mundo conseguem tocar Islamey como ela deveria ser tocada, pois esbarram na sua imensa dificuldade técnica, e isso em si já é um grande empecilho para que se possa se ater à interpretação em si .Tenho ouvido Islamey com inúmeros pianistas, mas certas interpretações me chamam atenção.

Na minha opinião, a melhor delas é a do húngaro Cziffra. O grande pianista russo da modernidade Boris Berezowsky gravou Islamey, cuja interpretação chega a ser "quase" igual à do Gyorgy Cziffra. Outras interpretações recomendadas são as de Evgeny Kissin e Vladimir Horowitz.

O grande Franz Liszt, considerado o maior pianista de todos os tempos, em sua biografia, descreve em detalhes quando estava ensinando essa peça a um dos seus melhores alunos. Na verdade, Islamey tem muito do virtuosismo de Liszt, tão em moda pela sua total hegemonia ao piano e a influência que isso causou em outros compositores, inclusive aos seus rivais como Johhanes Brahms, quando este compôs as suas próprias variações sobre um tema de paganini, Liszt chegou a dizer "vejo que pelo menos alguma coisa de mim ficou em Brahms".

O certo é que a Europa sucumbia frente ao virtuosismo do grande húngaro, e Balakirev com certeza, sendo um dos grandes pianistas da rússia, sendo parte do famoso grupo dos 5, que mais representava a chamada escola russa, que se mostrava imersa num profundo nacionalismo do qual fazia parte também Aleksandr Borodin, César Cui, Modest Mussorgsky e Nikolai Rimsky-Korsakov, usou nessa peça para piano as suas grandes habilidades: O inegável sentimento da música russa, pois sente-se um prenúncio da sonoridade característica de um Tchaikovsky, que viria a seguir, porém sem abandonar os grandes princípios da música européia mais contemporânea, com traços de Chopin, Liszt e até Schumann.

Vamos conferir, na interpretação de atualíssimo Boris Berezowsky.


Acima: Foto do compositor russo Mily Balakirev

Por: Dihelson Mendonça
Pianista

segunda-feira, outubro 12, 2009

Dedico a vocês: Badinerie - De Johann Sebastian Bach


Que possamos elevar nosso espírito através da Grande Arte!





Estava aqui a sós ouvindo Badinerie, de Bach, nesta madrugada, e comecei a refletir sobre as grandes e belas coisas que deixamos para trás.

A
o postar "Badinerie" nesta manhã cinzenta de outubro, cerro meus olhos à toda Ignorância humana e me volto para os grandes valores que juntos conquistamos em milênios e que toda a ARTE simboliza. Dedico esta mostra da genialidade à grandeza do espirito humano. E torço para que o mundo um dia, possa se tornar um ambiente de Paz, de Amor, de Alegrias e de Fraternidade. Que nos desvencilhemos de toda injustiça, malícia, intemperança que jaz em nossos corações, e possamos preencher a grande lacuna com o amor, o único e verdadeiro tesouro do homem. Dedico esta peça à criança que existe dentro de todos nós, e a essa esperança de construir um mundo melhor. Faça um grande favor a si próprio: Ouça essa belíssima composição de Johann Sebastian Bach.


Dihelson Mendonça

sábado, outubro 03, 2009

Pensamento


"Muita gente nutre ódio por nós, apenas pelo simples fato de não terem conseguido nos sugar a última gota de sangue. Raramente alguém aparece para nos propor algo que não seja unicamente do seu próprio interesse e benefício. A vida já me ensinou que a cada 10 pessoas que batem à porta, 9 é de pessoas pedindo algum tipo de favor, e que eu seria uma espécie de "privilegiado", por ser a única pessoa do planeta capaz de resolver seus problemas."


Dihelson Mendonça

domingo, setembro 27, 2009

Pensamento


"Cada um admira os pensamentos dos sábios, mas tão somente aqueles em que coincidem com o seu próprio pensamento e que lhe convém"

Dihelson Mendonça

sexta-feira, agosto 28, 2009

IMUTÁVEL

Imutável

“O que não muda está morto”
Beethoven


Não! Não foi a vida que me tirou o encanto,
Não foram as dores de um parto sombrio

Nem o canto triste de um outono distante
Ou o soluçar buliçoso de um mar bravio

Caos! desperta-me deste sonho aflito

- largo oceano, impávido, marmóreo -
Cinzas frias, outrora um incensório

A inflamar quimeras neste século maldito?

Carnes pútrefas que uma gleba rubra ansia
Já triste, a descer à sepultura inerme,
Herança - imutável coorte de mistério ...

Mordo a rocha, resvalo o véu do tempo
mas no sudário mais precípuo ‘inda ostento
A negra cara atroz de um cemitério!

Dihelson Mendonça, 19-03-2005








(gravura que ilustra a postagem: Saturno devorando seus filhos, de Francisco José de Goya y Lucientes (Fuendetodos, Saragoça, Espanha, 30 de março de 1746 - † Bordéus, França, 15 de abril de 1828), pintor e gravador espanhol.

Princípio da Incerteza



Princípio da Incerteza
( Dedicado a Goethe, pelo aniversário de seu nascimento )

De que adianta toda a criatividade à cobertura de um pão que já não contém o miolo ?
De que adianta toda a ética da retórica, se a ação resultante é nula e impotente ante a vastidão do universo? Vã é toda fé do espírito que não se baseia em uma profunda incerteza e dúvidas ante todas as coisas, assim como é preciso ser profundamente fervoroso para se tornar um cético ou um cínico.

...mas assim é o mundo tal qual o conhecemos; Viver por entre abismos fugazes de incertezas, em clarões de memória e esquecimento, onde nada é firme, nada é permanentemente acessível todo o tempo, e tudo é tão assaz corruptível. É da incerteza que vivemos! Não de méritos da alma nem do corpo. E pomos as cinzas arrogantes da consciência de todas as virtudes e do que poderia ser a nossa existência nesses breves lampejos de "insight" e "verdade", buscando como cegos buscariam, vagalumes em noites sem lua em um planeta desabitado.

Melhor seria pois, viver na escuridão de um esquecimento, sem vagalumes, sem luas, ou vagando em círculos pela eternidade, eis que breve é o tempo, fugaz é a lembrança e pálidas são todas as virtudes humanas! Mas quem assim o realiza ? Quantos de nós? Ahh... Perfeita é a ventura de viver sem temer aquilo que fingimos não ser, a fim de nos tornarmos aquilo que verdadeiramente já o somos de fato. E o resto ? O resto são apenas cinzas lançadas no vendaval do tempo e da história !

Dihelson Mendonça

Pensamento

"Minha melhor oração, é quando desejo que a minha tolice de amanhã seja menor que a minha tolice de hoje"

Dihelson Mendonça

Pensamento

"É impossível considerar-se feliz tendo plena consciência da condição humana, a não ser pela loucura ou pela Arte"

Dihelson Mendonça

Um Pensamento

"Se queres realmente ferir alguém em profundidade, basta que lhe mostre um espelho. Poucas pessoas conseguem suportar saber o que realmente são."

Dihelson Mendonça

Pensamento

"Muitas vezes, os nossos inimigos são os nossos maiores benfeitores. E o que seria de Pompéia e Herculano se não fosse o Vesúvio ?"

Dihelson Mendonça

A Moça da Livraria - Dedicada a Carlos Rafael



[ Dedicado a Carlos Rafael ]

Enquanto passam diante de mim todas os gênios,
entro porta adentro e contemplo o inevitável. Meu deus!!

E nem era o mar ainda. Era só música!
mas seu olhar deslizava como a espuma por entre os rochedos íngremes do pleno conhecimento das prateleiras. A madrugada lhe era definitiva, assim como todas as impossibilidades
do meu desejo humano, sempre distorcido pelo infinito e pelo idealismo. Bem sei!

E não era também a noite
mas levava consigo os mistérios de todas as sombras
debaixo do braço; De todos os ensaios, de todas as teorias já escritas...
E contidas num vaso encolhido, de forma elipsoidal, todas as emoçoes deste mundo me aguardavam. Eu e meus desertos incrivelmente particulares.
Eu, que sou todo deserto de lágrimas fossilizadas

Ah! quem dera ficar louco nesse instante!
de perder por um só momento que seja, a razão, a um bom motivo que fosse...
mas não! entre a possibilidade daquilo que me restou, e a possibilidade dos universos errantes, de uma existência podre e mesquinha, há barreiras imaginárias e intransponíveis, como caiaques em meio à correnteza

Fiquei velho sem o notar!

Já não creio que possa escalar assim minhas próprias montanhas. Sou todo medo e entulho e vermes E as cantigas das virgens que imaginei nunca me pertenceram e as lembranças imortais nunca aconteceram em quartos sombrios. E os heroísmos dos meus gigantes emudeceram
Sou apenas mais um tolo entre tantos no mundo. Mas quisera apenas metade da vida a ser meio gênio. E quisera todo o gênio e todo o mundo ao mesmo tempo. Sou um mudo que fala, mas não tenho um mundo, afinal, nem nunca o tive.

Que nojo de ser eu mesmo!

Estou terrivelmente só e mesmo assim, sinto todo o universo de bocas gritantes dentro de mim
em hurros alucinantes e ensurdecedores. Já não ouço a minha própria voz dentre tantas que já li e ouvi. Nós, que somos desertos humanos, somos muitas poças de gente errante; Grandes turbilhões de universos díspares de cores, de almas e de conhecimentos flutuantes

E sendoassim tão humanos, e capazes de amar, erramos. E sendo incapazes de amar e de errar, erramos mais ainda! Passa-se o tempo e os meus méritos desceram grotas adentro. Vão-se pelos ares todas as minhas asas e meus diminutos canhões de cera. Explodiram-se meus porões, rasgaram-se as minhas velas e restou-me apenas um naufrágio humano. Não um náufrago, mas um naufrágio completo. Visto-me de seda, de todas as matizes do oriente que as famílias reais ostentam. Mas nada pode consolar aquele que nunca perdeu nada, apenas aquele que há de perder, como a angústia de todo aquele que vive entre dois mundos. E não há dor maior no sofrer do que conquistar tudo aquilo que se deseja...

Eis que passa novamente
Vai pela ala esquerda e segue em frente
olho-a de cima abaixo sem que meus sentidos a percebam
desejando-a apenas pela impessoalidade de um livro estranho
será mortal ? e o seu perfume paira no ar e enche a livraria
E eu vejo canhões de flores amarelas de outono...

Mas não mais a vejo. Saiu ? não creio. Será ?
Perdi ? Corro...corro...corro...corro...
Leibnitz, Kant, Baudelaire, Verlaine passam velozmente por mim
sem me dar conselhos nem lições de filosofia
- Nestas horas sinto impotentes todas as sofias e os logismos. -

Desespero!

Chego a pensar se foi sonho
meus ombros já caem novamente
sento-me assim, inseguro, nó na garganta, e olhar cravado no infinito...
A idade cai-me como luva, como um edifício nas costas
Já não sou mais Don Ruan nem Don Quixote, o galante cavaleiro das livrarias
Creio que a perdi para sempre...
...
Mas abre-se a porta inesperada
e de repente, a sala brilha toda e contemplo a eternidade
nossos olhos se cruzam e eu vejo o infinito
de todos os mundos possíveis e do que poderia ter sido e não foi um só momento
Já não vejo o tempo, guardião das insônias,
Já não temo o desconhecido, nem o sofrer de todo o ser vivente
Pois nesse momento ela sorriu pra mim, e o mundo não é mais que uma bela música!


Dihelson Mendonça

A Arte e seus Mecanismos Dinâmicos - Por: Dihelson Mendonça

Acima: Wilson Bernardo, artista contestador de conceitos


A despeito das considerações sobre o inovador papel da arte e suas inúmeras manifestações, resolvi escrever esse pequeno texto mais em defêsa do poder da inovação, em oposição a estaticidade de uma fotografia morta na parede de um sótão sujo.

Em face de algumas fotos apresentadas pelo fotógrafo Cratense Wilson Bernardo ( ou o objeto em si, ou a fotografia ), tomados como obras de arte, houve questionamento importante e pertinente em uma comparação do contestador Maurício Tavares ( ainda que sem o desejar ), ao urinol de Duchamp, ou outros objetos da Pop Art. Em tese, e pela história vivida no blog Cariricult, não sou de concordar com os conceitos do Maurício e temos lá as nossas discordâncias, mas reconheço que ele está bastante correto na sua última colocação acerca do "bigode da Mona Lisa", e devemos reconhecer que o processo da ARTE ( em maiúsculo ), é um processo dinâmico, de rupturas de conceitos ou a aglutinação dos mesmos. E quem for acrescentar um urinol ao museu hoje, bem como fazer uma foto da latinha de sopa Campbell´s passará ridículo, pois isso já foi feito.

Porém, reconhecer o dinamicismo em arte é uma coisa, e questionar ou criticar a arte de alguém, é outra coisa. A visão do artista, enquanto o agente que produz arte, pode ser muito diferente daquele que apenas aprecia, do crítico, e não se pode desmerecer alguém por exemplo, por mesmo hoje, compor uma Fuga a 4 vozes aos moldes de Bach, pois há outros fatores a se considerar além do deslocamento temporal. E não digo isso como espécie de defêsa do tradicionalismo, é bom que fique claro. Mesmo em música, essas características são também marcantes. Falou-se em Rolling Stones agora há pouco...

Shostakovich, que é um dos grandes representantes da escola russa modernista do século XX, compôs um conjunto de fugas magníficas, inspiradas no Cravo Bem-Temperado, mas o uso das dissonâncias e intervalos exóticos conferiu-lhe, mesmo dentro das normas rígidas de uma fuga, e que, consequentemente, poderia ser considerado ultrapassado para a maioria dos seus contemporâneos, acrescentou valores que outros não perceberam. Da mesma forma, quando Chaeffer abriu as portas do multi-serialismo, na segunda metade do século XX, se consolidou, assim, como as vertentes originárias de Schoenberg ( e talvez Webern ), nos dois pilares fundamentais da música contemporânea, tendo como linha sucessória, Messiaen, que lançou as bases do que viria a ser o uso da síntese sonora empregada à composição musical, e com isso, influenciando Xenákis no tratamento formal. Esse processo contínuo de evolução da arte musical, deu-se portanto, mais como resultado da deposição de camadas superiores de valores agregados, do que por uma ruptura com os modelos anteriores.

Nem Boulez, com toda a sua pompa e circunstance, que causou aquele alvoroço todo na primeira metade do século XX, influenciando o mundo inteiro, por um lado tomando a tocha que pertencia a Stravinsky, e por outro, como um vândalo, destruindo conceitualismos até de representantes da sua própria escola, ( que se rebelaria mais tarde ), pode ser hoje mais objeto de tanto espanto, ainda que alguns o creditem valores artísticos que eu ( IMHO ), não reconheço na sua obra.

Por outro lado, enquanto a europa vivia a ebulição do pós-modernismo, nunca se livrou totalmente das correntes impressionistas e conservadoras de uma Belle Epoque em chamas, de um Mallarmé, de um Claude Debussy, que são amiúde, os verdadeiros "modernistas", em qualquer caso. Aqueles que antes de Boulez, de Stravinsky, ou de Webern, já profetizaram a sonoridade do que viria a seguir, como o serialismo integral, o atonalismo, e o dodecafonismo.

Enquanto isso, o mundo evoluía por outros lados ( Ou Involuía, termo que eu proponho ), com Beatles, Sopas Campbell´s, Rolling Stones, Cage, andy-warhol e sua cultura de massa, que à luz da modernidade, já soam como dinossauros no Louvre. Movimentos paralelos ?

O mundo não parou, e se em termos tecnológicos podemos usar a palavra convergência para definir os novos rumos, nas artes, penso que a tendência é exatamente o contrário: o fenômeno da divergência, da globalização e da pluralidade que todo esse caldeirão e o compartilhamento das aldeias globais nos proporcionou.

E aqui abro um parêntesis para alertar sobre o perigo que incorrem alguns quando do uso desses novos "artifícios tecnológicos" na arte, sobretudo em relação à perda de identidade, um fator tão intrínseco para definir o caráter artístico de uma obra. É o caso, por exemplo, que eu pude comprovar no topo da Chapada do Araripe, ao ver um grupo de garotos catadores de pequi tocando com uma bandinha de latas, músicas de Michael Jackson. Incoerência ?

E o que seria incoerência na arte contemporânea, afinal, diante do acima exposto da sobreposição das inúmeras escolas, similitudes e apropriações de conceitos ?

Voltemos ao caso da foto do ovo prestes a ser esmagado por uma prensa, de Wilson Bernardo.

Talvez ele não seja nenhum Duchamp, nenhum Warhol, mas com certeza, assim como Wilson, John Cage ao criar a sua famosa "4 minutos e 33 segundos", ou quando Stravinsky lançou a Sagração da primavera para um público que precisou de lanternas para sair do teatro, causou igual repulsa na Arte, que tem sempre a propriedade da contestação de valores anteriores. Uma repulsa que com o passar dos anos se tornou o estrondoso "pilar da modernidade".

Portanto, vida longa à pluralidade contextual, seja pela contestação ou pela agregação de valores. Já percebeu-se que nem de um nem de outro sobrevive a Arte Real. Aplausos aos "experimentalismos" daqueles que produzem. E o futuro, como afinal, tudo em arte, há de julgar os meritos e os deméritos daqueles que imbuídos do inevitável "talento", produzam obras para a eternidade.

De onde eu vejo, todos os contendores têm razão.
E a Arte, sempre será dinâmica, e mais arte se torna pela contestação, pelos questionamentos e pela quebra de paradigmas. Quem sabe, não estaremos diante de um "New Duchamp" ? O tempo dirá...

Acima: "ovo sendo esmagado" - Wilson Bernardo

Dihelson Mendonça

O Fotógrafo que virou Pianista e o Pianista, Fotógrafo !


Durante o ensaio fotográfico que fiz para o meu CD, pelo fotógrafo Pachelly Jamacaru, os papéis se inverteram por poucos instantes. Ao tentar demonstrar algumas posições possíveis, o grande mestre da fotografia deixou-se ser fotografado por mim, que rapidamente fiz esse ensaio, que agora repasso como uma singela homenagem ao grande Pachelly Jamacaru, que pelas poses, até que seria um ótimo pianista... ( se a foto não sair completa nesse Blog, clique em cada foto para vê-la completa, ou acesse o Blog do Crato ).

Pachelly como pianista 2

O fotógrafo senta-se ao piano e é fotografado...

Pachelly como pianista 3

Demonstra posições como aquele que verdadeiramente nos toca o coração...

Pachelly pianista

Vive a sua música...

Pachelly como pianista 1

E aguarda pacientemente, sem saber que é de fato, o centro do espetáculo...

Pachelly Pianista c

Versão em P&B


Fotos: Dihelson Mendonça

O Homem Medíocre e o Herói - Por: Dihelson Mendonça



"A Mediocridade não admite heróis nem heroísmos. O homem medíocre confina-se a seu tempo e à sua pequenez. Reconhecer os méritos superiores daqueles que ousaram ir mais longe exigiria-lhes uma altivez e nobreza que lhes falta, assim como carece de valor todo o falso ouro."

Dihelson Mendonça

Já nas Lojas - CD - "A Busca da Perfeição" de Dihelson Mendonça



O tão aguardado CD intitulado "A Busca da Perfeição", do pianista e compositor Cratense Dihelson Mendonça já se encontra à disposição na loja AMILTON SOM, em Crato. O trabalho, que foi totalmente patrocinado pelo Banco do Nordeste do Brasil ( BNB ), consiste em um livro fotográfico em papel especial para fotografia, de mais de 100 páginas, e de um CD com 34 faixas. Foi elaborado entre 2007 e 2009, e conta com a participação de mais de 30 escritores e poetas da região do Cariri. O Livro é ilustrado com as incríveis fotografias de Pachelly Jamacaru, além de fotos feitas pelo próprio autor. A Arte por computador é de Reginaldo Farias, considerado pela crítica, um dos maiores artistas gráficos do Nordeste na atualidade. O CD consiste em faixas musicais, poemas, sons da natureza e falas, que foram musicalizadas com maestria pelo pianista Dihelson Mendonça, que trata nesta obra, dos grandes questionamentos da existência humana.

Um trabalho para Ler, Ver e Ouvir !

Disponibilidade: Em AMILTON SOM - Crato - CE
Ou diretamente com o Autor, para envio pelos correios para todo o Brasil.
Contatos: Dihelson Mendonça - 088-3523-2272 ( recados ) ou pelo e-mail:

blogdocrato@hotmail.com


Mensagem aos Participantes do CD:

O.B.S - Como forma de meu profundo agradecimento aos participantes deste trabalho, que é compartilhado, gostaria de frisar que todos os que contribuiram com seus textos, poemas e gravações, já têm reservado o seu(s) exemplar(es), bastando informar pelo e-mail acima, o endereço para correspondência, a fim de receberem totalmente grátis e autografado, exemplar do Livro e do CD em embalagem especial. Posteriormente, farei lista de todos os participantes, para que possam me enviar seus endereços, ou vir pegar aqui em casa, se o desejarem.

Dihelson Mendonça

Quando Nasci, Havia a América ! - Por: Dihelson Mendonça




I Still Have a Dream !


Quando eu nasci, havia a América!

Morava sem saber, nos Estados Unidos do Brazil, um local onde de tanto assistir TV e filmes americanos, eu raciocinava que os Estados Unidos faziam parte do Brasil, ou vice-versa, e sentia o peito erguido de patriotismo quando via aqueles bravos soldados americanos lutando contra as forças do mal.

Na verdade, aprendemos a amar a America, Roy Roggers, John Wayne, Capitão América, Superhomem, Sinatra, Simon & Garfunkel, Jimmy Hendrix... os Waltons são parte da minha família ( Boa noite, James, boa noite Elisabeth, boa noite John ). O velho oeste era aqui no Brasil, junto com lampião na caatinga nordestina. Lampião ouvia Jazz e tocava Banjo. Na Broadway tocava Carmem Miranda e as canções de Cole Porter e Gershwin. Cresci acreditando no sonho americano: I HAVE A DREAM !

Woodstock era nosso sonho de liberdade em calças bocas-de-sino. Graças américa! Ponte do Brooklyn, ponte de San Francisco, Golden Gate, queria jogar mesmo no Desert inn de Las Vegas. Queria percorrer meu país pela ROUTE 66, até chegar no Rio de Janeiro. Queria ver Lennon e McCartney, meus ídolos da juventude descerem do avião, I have a Dream !

Com a mão erguida e a outra no coração, entoar:
"What america means to me..." e sentir que "nossa" ida ao Vietnã não foi em vão, como pregam nossos detratores. Lutar contra esse homem barbudo de uma pequena ilha do caribe, lançar nossos mísseis contra a União Soviética. Que a nossa bandeira listrada de listrinhas e losango verde-amarelado não tenha se esfarrapado em vão no topo de Iwo Jima, e que nossos destróiers destruídos em Pearl Harbour possam clamar por vingança de todos os nossos bravos homens como o Patton, Eisenhower e Douglas McCarthur que defenderam a "nossa" honra juntamente com Vargas e Collor de Mello. I have a dream !

Que tomemos de assalto a nossa capital Washington e dancemos dentro das águas do obelisco à washinton, de frente ao capitólio em Brasília, ouvindo a guitarra de Hendrix tocar o hino americano. Colocar fitas em torno da cabeça e fumar maconha no gramado da praça dos três poderes, e transar na frente da Casa Branca para dizer que somos nacionalistas ao som da "era de Aquarius". Sair de Oklahoma city em meu Ford conversível, fumando Camel para Nashville para assistir Kenny Roggers fazer parceria com Raul Seixas. Que eu possa hastear todos os dias em nosso gramado, a nossa bandeira que um dia simbolizará um mundo perfeito. I have a dream !

Que a nossa NASA, ao lançar outro Saturno V da barreira do inferno em Natal, possa levar nosso sonho americano às estrelas, pisando na lua e cravando nossa bandeira para que todos vejam nosso brilho nos confins do universo através da Enterprise de Jornada nas Estrelas. "A small step for man, a giant leap for mankind"... Que o docinho Marylin Monroe cante ao Mr. President bêbada a sua elegia pela bala que atravessará seu crânio no texas, lugar quente e desolado, bem ali, pertinho dos Inhamuns.

Que a pátria amada, idolatrada Salve Salve possa significar sempre a luta de nossos negros, Luther King, Malcolm X e Denzel Washington contra os branquelos de peito rosado, estilo schwarzenegger e que a Ku Klux Klan não atrapalhe a luta do General Rondon, grande desbravador do Arizona, que chegou com os primeiros colonizadores, vindo do leste para a Califórnia no Ciclo do Couro e do ouro de McKenna...I have a dream!






Esse é meu Brazil, cuja estátua da liberdade, presenteada por nossos irmãos franceses, resplandece altiva na baía de guanabara, às margens do Rio Hudson, bem ali ao lado do Cristo Redentor. Terra da riqueza e da esperança de dias melhores, onde nossos irmãos europeus foram desmoralizados na ilha de Ellis, antes de desenbarcar em Manhattan, onde meu velho Tio Sam, irmão de Avô Ray, que veio de Nova Olinda, pertinho de Nova York, me ensinou o lema: "BraZil, ame-o ou deixe-o", "America, love it, or leave it". Esse é meu Brasil americano, onde nossos soldados patrulham as nossas fronteiras da amazônia contra o eixo do mal. Esse é o Brazil Brasileiro, cheio de sonho e de pandeiro, onde há coqueiros que dão coco, e não banana, pois as bananas... ah! Yes, nós temos bananas! e onde o Tio Sam quer conhecer a nossa batucada e comer chiclete com banana.

Quero me exaltar e chorar de emoção ao ver a face de nosso ex-presidente Lincoln esculpida nas montanhas rochosas de Utah, ali petinho do dedo de deus, e quero sentir o patriotismo dos confederados, dos sulistas da guerra de secessão, e ver que Lincoln tinha razão. "Essa é uma grande nação...", moldada no princípio de grandes homens como Kennedy, Bob, John, ... que traçaram nosso futuro. Homens que aliados a kubitschek construíram o sonho dos americanos. Homens que financiaram a construção da Rede Globo e seu império vinda do grupo TimeLife. I have a dream !

Quero me exaltar ouvindo Sinatra cantar para nossos soldados em combate junto com Emilinha Borba e participar do Sinatra-Farney Fã Clube. Quero ouvir Dick Farney cantar em português e Nat King Cole cantar "Eu tinha uma andorinha que me fugiu da gaiola" sem sotaque. Quero ver novamente o Tom Jobim fazer parceria com Sinatra no Carnegie Hall e ouvir o belo sax de Stan Getz em Girl from Ipanema, o mais braSileiro dos braZileiros, numa música brasileira que ressalta o "American way of life". I have a dream !

Quero dançar o blues de Luiz Gonzaga, negro reluzente, que morava ali em Exu, às margens do Mississipi em Chamas, junto com a rabeca do Cego Aderaldo e Cego Oliveira tocando em dueto no Radio Music City Hall, tocando "South american way" para sair no acetato da CBS, NBC, RCA Victor ou não, com o pandeiro do Jackson, e o banjo da encruzilhada. Aquela sanfona branca como a paz que tanto ansiamos, depois de derrotarmos os vietcongues, os Islamitas, os Soviéticos, os Iranianos, os Iraqueanos, os Cubanos, e tantos outros povos...

Quero me deliciar vendo que a lei seca foi revogada e que não mais haverá depressão nesse país, e que Al Capone foi prêso e Edgar Hoover - Esse grande benfeitor - juntamente com o senador Joseph McCarthy conseguiu prender Lee Oswald por ter atirado em John Lennon em plena 5a. avenida no mês de maio, próximo à Macy´s ... ao som do coro angelical do profeta Joseph Smith e o retrato de Dorian Gray, que veio revelar os santos dos últimos dias em Salt lake City... I have a dream!

Quero enfim, que o nosso país reine "soberanamente", elevando-se ao mundo, e que embora deitado eternamente em berço esplêndido, ao som do mar e a luz do céu profundo, com estrelas e listras, possamos um dia acordar, olhar para nosso jardim, olhar para trás e ver que o sonho de Luther King para um Brazil melhor, sem discriminação, e o sonho de Kennedy não valeu o suicídio de Getúlio. Ver que desde o Grand Teton em Montana aos confins do sertão de Sobral, passando pelo verde vale do cariri, onde a verdadeira Águia americana de peito branco sobrevoa impávida as pradarias, onde todos formamos um único povo, uma só nação, movidas por um só ideal, um só governo, um só "way of life", uma só mídia, um só partido, uma só moeda, uma só música, uma só cultura, um só ideal:

"America, the Beautiful"

Viva os Estados Unidos do BraZil

Porra, nunca fomos colonizados ???

( Dedicado a Martin Luther King - que não teve nada a ver com essa merda toda )

Por: Dihelson Mendonça
Fotos: Fonte: Yahoo Imagens

A Interpretação Freudiana da Festa do "Pau da Bandeira" em Barbalha




Segundo Sigmund Freud, o grande médico austríaco e criador da Psicanálise, ao realizar seus estudos sobre a Psiqué humana e a etiologia das neuroses, pôde constatar que certos atos até então considerados "normais" e inseridos na tradição dos povos, era na realidade, atos de expiação por "delitos" reais ou imaginários desses povos. Assim é que em várias culturas, determinados tipos de comportamento não eram permitidos, por despertar a "ira dos deuses", e portanto, trazer desgraça aos povos. Com o tempo, uma grande quantidade de crendices e atos conjuratórios passou a fazer parte do que Freud acabou definindo como "uma neurose obsessiva e compulsiva universal", para caracterizar diversas religiões, ampliando assim a atuação dos sintomas clássicos de uma neurose obsessiva e compulsiva, no qual, o paciente para livrar-se de algo pior, passa a executar diversos pequenos atos aparentemente sem maior significado prático, mas com grande significado para o paciente, que acredita piamente que se não os fizer, poderá atrair para si coisas terríveis. Assim nascem as superstições e as crendices, segundo a psicanálise.

Um dos grandes méritos da Psicanálise enquanto ciência que estuda a psiqué, foi descobrir o caráter sexual implícito em muitos atos humanos, disfarçados em coisas aparentemente banais. Iniciados por Freud com o clássico estudo da interpretação dos Sonhos, um de seus trabalhos mais famosos, a constatação de toda uma simbologia que denota claramente uma tendência à sexualidade como explicação aos atos humanos foi-lhe muito evidente. Freud chega a afirmar que nos sonhos, uma grande quantidade de cenas e objetos, descritos por ele como "objetos oníricos", podem ser reconhecidos como objetos fálicos e diversos atos aparentemente normais tomariam o aspecto do próprio coito. É a forma que a mente se utiliza para reprimir os desejos proibidos pela sociedade, ou por uma instância psíquica conhecida por "Superego" do indivíduo, que é formado na infância pela introjeção dos pais ( e que alguns chamam de Consciência ), com o conjunto de leis, normas de conduta e ética para a construção de uma sociedade que reprime determinados tipos de comportamento. Assim, reprimidos durante a vigília, é que o indivíduo os ativa em sua forma onírica, disfarçando-o em simbologias. Freud, muito acertadamente apercebeu-se disto ao examinar diversos pacientes neuróticos, e curando-os da dura crítica de seus superegos; Passou a analisar o próprio comportamento obsessivo e compulsivo da humanidade, ao escrever obras tais como "Totem e Tabu", "O Mal-estar na civilização" e "Moisés e o Monoteísmo". Nessas obras, o genial médico austríaco consegue fornecer visões jamais imaginadas pela história sobre a explicação de muitos comportamentos coletivos.

Seguindo a linha de raciocínio de Sigmund Freud, e toda a Psicanálise, não é tão difícil analisar certas tradições, como a festa do Pau da Bandeira, que acontece todos os anos na cidade de Barbalha-CE, em que em determinado dia do ano, apenas os homens saem para a floresta ( numa atitude sorrateira, que se pode caracterizar como uma forma furtiva de busca do meio de acasalamento, início de namoro em busca da prêsa, da caça, ou melhor, da virgem ), a fim de cortarem uma imensa árvore que é assim chamado de "O pau da Bandeira" ( o próprio símbolo fálico ), a fim de trazê-lo para o centro da cidade, envolto em bebedeiras, e cantando vitórias, onde por alguns dias esse mastro é mantido ali, de forma ereta, viril, para impressionar, e supostamente serve de mastro para a bandeira da festa ( em outras culturas, isso seria o equivalente ao ato de renovar os ciclos vitais, e louvar a fertilidade ).

Ora, o próprio santo homenageado pela festa é o Santo Antônio, conhecido como o Santo casamenteiro, pois há a crença de que esse santo teria a propriedade de propiciar o casamento ( novamente a idéia de fertilidade e procriação ). Algumas mulheres acreditam que se tocar no "pau da bandeira" seus desejos de casamento poderão se tornar realidade. E aqui fazemos a constatação do poderoso simbolismo sexual que existe nesse mastro, pois, venerado pela multidão, acaba se tornando o elemento mais importante da festa, mais até do que o próprio santo homenageado. Na verdade, as pessoas veneram aquilo que vêem, veneram o mastro ereto. Os homens o veneram como símbolo da virilidade, e por isso mesmo, cada um se esforça em demonstrar a sua masculinidade e força ao trazer para a cidade o melhor mastro disponível, provando aos seus companheiros que é viril e forte, rivalizando com eles, e por outro lado, as mulheres o veneram pelo fato de que ele ( o mastro ), representar os seus desejos mais íntimos e reprimidos por uma sociedade ainda conservadora, que crê no casamento como a única solução possível e permitida para a execução sem pecado do coito. Assim, como em todas as eras da humanidade, as idéias de exibição de força ao sexo feminino, demonstrando a virilidade, o simbolismo da fertilidade, a veneração a objetos considerados sagrados e a expiação por atos considerados pecaminosos e auto-flagelação continuam íntimamente relacionados e omnipresentes. É como se retrocedêssemos à idade média, onde os casos de auto-flagelação para a expiação dos pecados e aobtenção do perdão divino eram atos práticos absolutamente normais e até incentivados como explicação para as tragédias pessoais, geralmente atribuídas a algum pensamento erótico ou ato em que o autor desejava reprimir ou havia cometido.

Sendo assim, vemos em Barbalha, à luz dos ensinamentos deixados por Sigmund Freud, um verdadeiro banquete para a Psicanálise, onde ali, encontram-se todos os elementos que justificam a repressão subconsciente e muitas vezes até consciente de uma sociedade baseada em tradições que reprimem a sexualidade do indivíduo, e escolhe uma época para a sempre dualidade: A orgia e a Expiação pelos atos. Como qualquer festa religiosa, ao mesmo tempo em que há um lado considerado "sagrado", há outro lado "profano", como o próprio carnaval do Brasil, que significa "O Vale da Carne", época de liberação, em que em seguida, após toda a orgia nababesca, vem o quê ? A quarta-feira de cinzas, dia especial onde muitos que participaram das bebedeiras e orgias do carnaval vão ORAR, a fim de expiar os "pecados", e onde inicia-se um período de vigília denominado Quaresma, onde até então, era considerado pecado se comer carne ( CARNEaval = carnaval ), então, após o vale da carne, há o período da expiação.

Em Barbalha, a simbologia não é diferente, apenas mudam os símbolos, de festa para festa. A celebração da fertilidade, todos os anos pela retirada de mais uma árvore da floresta ( que bem poderia ser o mesmo mastro, mas aí quebraria todo o simbolismo sexual envolvido no ritual da fertilidade e virilidade ).

Concluindo: Essas tradições de expiação encontram-se tão arraigadas no comportamento das sociedades humanas, que é quase impossível aos olhos desatentos e despojados da manta de crenças e crendices e rituais colecionados pelos povos, perceberem o que de fato o são:

Espetáculos coletivos ( teatro ), de celebração da fertilidade, derivados do homem primitivo e de uma sociedade totêmica, exteriorização de desejos sexuais reprimidos, quer pelo coletivo, quer pela força da repressão mental, e a consequente expiação anual de atos considerados pecaminosos; E como toda festa religiosa, ao final, um representante do grande "pai que está nos céus" os perdoa, a fim de que possam passar mais um ano executando os atos que lhes são próprios dos seus instintos mais primitivos e básicos, normais, pilares de qualquer socidade, mas reprimidos para manifestação pública durante as outras épocas do ano.

E vemos assim que o velho Sigmund Freud mais uma vez tinha razão, quando acertadamente demonstra a sexualidade implícita através da interpretação de muitos dos rituais humanos, mas somente são capazes de aceitá-los ou compreendê-los, aqueles que possuem os olhos e a mente abertos à verdadeira interpretação dos comportamentos humanos mais íntimos, mas ao mesmo tempo, tão explícitos.

Por: Dihelson Mendonça